TCC 2015

TCC 2015

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo! Excelente Ano Novo!


Muitas realizações cognitivas e comportamentais!


É o desejo dos nossos mecânicos cognitivos!!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Como eu trabalho PANS de Ansiedade:

Durante o desafio de pans qual pode ser o raciocínio do terapeuta?

Apresento um exemplo e faço algumas considerações teóricas e técnicas sobre o meu trabalho neste desafio.

Situação: Assistir-me na TV

PAN: Vou passar mal (...e não vou aguentar), creio 100%.

Emoção: Ansiedade, 90%

Comportamento: Pensei em me esquivar.

Evidências a Favor do PAN.- Já fui avaliada negativamente.- Já passei mal e fui embora.

Evidências Contra o PAN.- É verdade que as pessoas podem me avaliar, mas também positivamente.- As avaliações não me atingem a ponto de ser insuportável. Elas são passageiras e nunca me destruíram.- Já fui atingida quando criança, hoje sou mais forte e sei entender que algumas coisas são normais.- As pessoas nem sempre estão certas em suas avaliações negativas.

Pensamento Alternativo ao PAN (- Vou passar mal), nesta situação:- Vou assistir bons momentos que passei com pessoas conhecidas e com pessoas que conheci neste evento. Não serão apenas momentos de sentir-me mal. Posso suportar mesmo os momentos que me sentir mal.

Evidências que apoiam este pensamento Alternativo:- Minhas avaliações negativas que pensei sobre os outros não mudaram a vida deles; as poucas pessoas que me falaram sobre suas avaliações negativas sobre mim não me afetaram de um modo insuportável e duradouro.

Meta na situação:- Assistir minha participação e rever o que aconteceu, de modo geral, em um evento importante para mim e minha família.

O PAN ajuda ou atrapalha na meta:- Sempre atrapalhou, pois sempre acabei não indo aos eventos que pudesse ser avaliada negativamente pelas pessoas.

Há erros lógicos no PAN sobre a situação?- Sim.

Quais Erros Cognitivos existem no PAN?
-Catastrofização: - Eu areditei que sempre seria avaliada negativamente pelas pessoas.
- Supergeneralização: - Eu acreditei que porque fui criticada uma vez, aos 9 anos de idade (por um incidente), seria criticado em outras situações.
-Maximização/minimização: - Eu achei que o mal estar ia acabar comigo e que eu não teria o que fazer, nem mesmo ser ajudada.
- Desconsiderando o positivo: - Eu não lembrei, de imediato, que houveram muitos momentos bons.
- Abstração seletiva: Eu só pensei em um detalhe e não em todo o evento.
- Leitura Mental: - Eu acreditei saber o que as pessoas pensam.

Qual o significado do PAN?
- Eu pensava que nunca iria saber me comportar bem diante das pessoas e que faria minha família passar vergonha; passei a achar que era melhor ficar em casa, assim eu não me sentiria uma pessoa inadequada.

Como você pretende agir se aparecer outra situação como esta?
-Já estou agindo diferente, lembro que não sei o que as pessoas pensam, seja de bom ou de mal, a não ser que me falem. E se falarem não significa que seria atingida.
- Eu tenho pensamentos parecidos com esses em situações onde tenho que tirar fotos ou ver fotos que tiraram de mim e já comecei a vencê-los. Tenho olhado as fotos que tirei e não é nada que acabe comigo.
- Sempre evitei convites que me expusessem e este ano já os aceitei.
- Estou me sentindo muito melhor e muito feliz.

Considerações do Terapeuta:
- O desafio de pensamentos de ansiedade é melhor conduzido quando focalizamos o nosso questionamento, junto ao paciente, considerando apenas o esquema de vulnerabilidade sem tentar explorar de qual esquema primário ele deriva.
- As pessoas com ansiedade tem medo de algo; e é esse medo que deve ser desafiado, no caso acima o medo de passar mal e não suportar. Não suportar o quê? O passar mal. A angústia, as alterações fisiológicas, a aflição que parece que não passará.
- Devemos estar atentos justamente para essas cognições sobre o passar mal: não vou suportar, não vai passar, etc.-É fato que as pessoas avaliam.
- É fato que ninguém pede para ser criticado negativamente.
-...mas a intensidade do passar mal é relativa; a duração do passar malé relativa; também são relativas as formas como cada pessoa pode lidar com o seu mal estar. A lei da Vulnerabilidade diz que um estressor pode ser interpretado de modo diferente pelas pessoas: tem gente que morre de medo de baratas e outras correm atrás delas para matá-las.
-Na medida em que nos concentramos no Esquema de Vulnerabilidade nos deparamos com o esquema primário se revelando diante de nós. Não o afetemos com nossas interpretações; o esquema é do paciente e não do terapeuta. Continuemos colaborativos. Veja no exemplo acima: a paciente foi compreendendo seu Esquema de Vulnerabilidade e nos apresentando o seu Esquema Primário de Inadequação. O qual, em outro momento, ela compreenderá. Estamos gerenciando seu humor (4ª sessão) e nos preparando para a fase de reestruturação de crenças.
- Use o raciocínio investigativo da fórmula de Salkovisks, tanto para as evidências a favor ou contra o PAN. Esta fórmula auxilia a construção de um pensamento alternativo mais estruturado em termos de valência emocional para o paciente.
- Lembre-se dos erros cognitivos da ansiedade: abstração seletiva e magnificação/minimização, principalmente.
-Não se preocupe em zerar a crença no PAN ou na intensidade emocional, o importante é o gerenciamento, de forma que os sintomas não perpetuem comportamentos de segurança disfuncionais.

Dúvidas, sugestões e críticas para arnaldo@ctcbauru.com.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A matemática da TC.



Podemos compreender os erros cognitivos como se estivéssemos estudando ciências exatas. Que erros estão abaixo?
Imagine uma pessoa cujos resultados em suas metas fôssem numa sequência assim: {+ } {+ } {+ } {+ } {+ }...{ ? } = Tudo perfeitamente positivo. Divino. Ideal. 100% aceitável e desejável, mas o próximo, o do futuro será melhor! É melhor esperar. Agora imagine outra sequêcia:[+ ] [+ ] [+ ] [ - ] [+ ] [+ ] = Tudo imperfeito, totalmente negativo. 100% inaceitável e indesejável.Parece estranho? A maioria está positivo? Há só um negativo? Imagine desconsiderar o positivo, o que sobrará?Imagine uma atitude de tudo ou nada. Esta sequência servirá?Selecione e abstraia só o negativo, focalize só o negativo. Que idéia formará?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Operacionalizando a fórmula de Salkovskis ou criando o Ansiômetro.




A= PxA:E+R

A Ansiedade Máxima equivale a 10.000, ou seja: 100x100:0+0= 10.000.
Eu automáticamente acredito que existe 100% de possibilidade de ocorrer algo 100% aversivo. Para o qual tenho 0% de enfrentamento pessoal e 0% de resgate.

A Ansiedade Mínima equivale a 0, ou seja: 0x0:0+0=0
Eu automáticamente creio que existe 0% de possibilidade de ocorrer algo 0% aversivo. Para o qual tenho 100% de enfrentamento e 100% de resgate.

0 (mínima) ___________________________ (Máx)10.000

Um bom desafio auxilia-nos a ficar mais próximos da Mínima e mais distante daMáxima.

Exemplo: Há 50% de possibilidade e 50% de aversão de ocorrer mudanças climáticas por conta do efeito estufa; para o qual tenho 20% de enfrentamento e 20% de resgate.
A ansiedade 62,5 está mais próxima da mínima e bem distante da máxima;P e A estão num nível realista, mesmo com pouco E e R.

Analisando com evidências a favor e contra: P e A permaneceram em 50%; mas o E subiu para 70% e o R foi para 50%.
A ansiedade foi para 20,83 ficando ainda mais próxima da Mínima e mais distante da Máxima.

Trata-se de um paciente que mesmo numa ameaça realista mantinha seus recursos de enfrentamentos e resgates muito baixos. Considerando que apresentava um esquema primário de inadequação via-se como alguém que não mereceria ajuda social. Suas principais estratégias eram de esquiva e dependencia; seu principal erro cognitivo era TUDO ou NADA. "Ao lado do outro me dou bem, sem eles é melhor me esquivar. Não sei me virar sózinho e me beneficiar de minha competência. Sou inadequado."

Arnaldo Vicente

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ABPC se reuniu com o Presidente da ALAMOC, dia 21, Quarta-feira às 17:30hs, no Hotel Travel Inn - SP.

Luis Perez, Ana Maria Serra e Êdela Nicoletti.







Luis Perez Flores, Presidente da ALAMOC, Associação Latino Americana de Analise e Modificação do Comportamento, é convidado do ITC e da ABPC para participar do Congresso de Esquizofrenia como parte do grupo de palestrantes convidados internacionais.
Na quarta-feira, dia 21 de novembro, às 17:30 horas, a ABPC teve uma reunião extraordinária com o presidente da ALAMOC, Sr. Luis Perez do Peru. A ALAMOC - Associação Latino Americana de Analise e Modificação do Comportamento que é um importante orgão para nosso relacionamento junto a outras associações da America do Sul.
Nesta oportunidade a Presidente da ABPC, Êdela Nicoletti, fêz uma apresentação da ABPC e ele falou sobre a ALAMOC.
Também, neste momento, a ABPC entregou documentos para sua afiliação junto aquela instituição.
Todos os diretores e muitos associados da ABPC estiveram presentes.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Equívocos do Terapeuta Perfeccionista.


Onde olhar?
Para o presente?
Para o passado?
Para o futuro?
Para a história ou para as cognições?
O terapeuta perfeccionista olha para tudo ao mesmo tempo, ele espera a melhor parte da história (e até incentiva o discurso catártico do paciente). E a melhor parte é aquela que ele desconhece. E como a desconhece ele precisa conhecê-la, ouví-la. Ouve mais uma parte e espera a melhor parte ainda desconhecida. A terapia é importante, o paciente é importante, o terapeuta é competente e adequado; então continua a buscar a melhor parte da história, é nela que encontrará a melhor cognição. Não a que foi oferecida primeiro ou por último, a melhor cognição da melhor parte da história para a melhor intervenção.
Quando o tempo da sessão vai chegando ao fim pode vir o desespero:- Esta sessão não foi a melhor sessão que realizei, eu não fiz a minha melhor intervenção, e não sou o melhor terapeuta!
O terapeuta poderia comparar a sua sessão com outras que já realizou, mas ele as desconsidera, compara apenas com a mais perfeita que ainda não aconteceu (sem saber que ela nunca vai acontecer).
Há a possibilidade dele crer que o paciente também não fez a melhor explanação, nem ofereceu a melhor colaboração.
O terapeuta espera o evento melhor, ou seja aquele que ainda está por acontecer. Como o futuro não termina e ele não delimitou seu campo de comparação, permanecerá na esperança do próximo evento (ou seja esta cognição será acompanhada de emoções positivas). E, caso, tente escolher um evento já conhecido suas cognições ansiogênicas contribuirão para um estado de incerteza acompanhado de comportamentos de hesitação ou esquiva, típico dos esquemas de vulnerabilidade (secundário) e incompetência (primário) : - "Eu deveria ter esperado a melhor parte, vou me dar mal, confirmarei minha incompetência".
O modo dicotômico de pensar não o permite integrar suas informações atuais com as do passado ou do futuro.
Para onde olhar?
Para o evento mais recente, mais próximo do presente, analisando as cognições que o paciente o avaliou.

Perfeccionismo e o vestibular


Segundo minha experiência clínica: Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado.P = NEC> : NR<
Na situação de vestibular, tenho observado a presença do perfeccionismo. Vejamos:
O vestibulando deve ter como meta: mostrar os seus conteúdos no vestibular para a universidade escolhida.
Como primeira sub meta: ele deve aumentar o seu enfrentamento pessoal investindo na qualidade de sua competência quanto a assimilar conteúdos que vão aumentar a possibilidade de alcançar a sua meta. E permitir-se receber a contribuição de seus resgates: professores, familiares, amigos, materiais didáticos, etc. Sua segunda sub meta deve ser escolher a melhor estratégia para mostrar esses conteúdos na universidade escolhida que o avaliará aprovando-o ou não.
Mas, onde ocorre o perfeccionismo?
Ocorre quando ele não prioriza esta meta de mostrar os seus conteúdos na universidade escolhida. Mas, investe em uma meta onde tem um papel colaborativo e passivo, que chamo de meta equivocada ou fracassada.
Meta equivocada: - Quero ser aprovado na universidade que escolhi.
Sub metas equivocadas: 1 - Descobrir o conteúdos das avaliações e seus critérios.
2- Descobrir o nível dos candidatos e superá-los.
Resultado: O vestibulando foca sua atenção em descobrir informações que ele não tem e não terá, mas que ficará imaginando-as no nível mais alto possível, um nível inalcançavel.
Essas imaginações poderão gerar cognições que podem ser analisadas de acordo com sua tríade cognitiva ativando seu esquema primário: - EU sou incompetente, o MUNDO é exigente demais e o meu FUTURO não será bom. Mas, suponho que se eu estudar até saber tudo então vou ser aprovado no vestibular e comprovarei a minha competência. Desta forma, no vestibular, sua estratégia será checar cada questão procurando identificar o que não sabe, ao invés de focar no conteúdo conhecido, querendo resolvê-la a qualquer custo; sem gerenciar o tempo de modo a responder as demais questões da avaliação.
O perfeccionismo é assim. A pessoa se ocupa do futuro perfeito refletindo sobre quais os contéudos que deveria saber para ter sucesso no vestibular e não se atualiza ou desvaloriza os conteúdos já assimilados até o presente. Ela desperdiça o seu tempo pensando no que não foi conquistado.
Ela pensa como pode fazer para ser aprovada e não o que tem para mostrar e ser avaliada.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007



Em dezembro: Todos ao Congresso!


Por uma sociedade sem manicômios!


É fundamental responder e esclarecer essa questão, principalmente agora que faz 20 anos da criação do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial. Já avançamos muito, porém os desafios ainda são enormes, principalmente em função dos ataques constantes dos setores comprometidos com a denominada “Indústria da Loucura”: hospitais psiquiátricos privados e/ou filantrópicos, empresas e laboratórios de medicamentos (70% dos leitos psiquiátricos no Estado de São Paulo são privados). Vamos lá: as instituições psiquiátricas construídas a partir do século XVIII, tendo o médico francês Phillipe Pinel como principal artífice, tinham como critério para definir o normal e anormal a aptidão para o trabalho, para a venda da força de trabalho, característica que se instituía com o modo de produção capitalista. Tinham e têm como principal objetivo, recolher os “dejetos” humanos produzidos por esse modo de produção e também excluí-los da sociedade, fato que se agravou no Brasil. A violência com que o Capital investiu e investe contra o cidadão transformando-o em “bagaço” após sugar suas energias físicas e psíquicas, condenando-o a uma vida sem sentido e precária, com poucas perspectivas de mudanças, se expressa nos olhares dos sujeitos nos pontos de ônibus no final do dia, nas filas dos postos de saúde, no pronto socorro, no INSS, etc. Únicos locais que esses sujeitos podem freqüentar, pois o acesso a atividades culturais, viagens, passeios, fazem parte dos sonhos impossíveis. Não raro esses sujeitos integrarão a fila das unidades de saúde mental e daí para os hospitais psiquiátricos é um pulo. Assim condenados definitivamente à “morte em vida” contribuirão com o desenvolvimento da “Indústria da Loucura” (Dados do Ministério da Saúde em 2001 mostram que os transtornos mentais ocupam o terceiro lugar no INSS na concessão de benefícios tais como auxílio-doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez). Apesar de atual, essa realidade miserável já fazia parte do cotidiano da população brasileira nos anos 1970, sustentada pelo modelo econômico privatista implementado durante a ditadura militar e começa a ser questionada, não só pelos técnicos, mas também pelos familiares e usuários dos serviços de saúde mental. Procurava-se superar as “soluções mágicas” do senso comum, corroboradas pelos poderes públicos, que é a propagação de medidas manicomiais para solucionar problemas sociais, principalmente aqueles que se inserem na esfera das tragédias. Desde a diminuição da maioridade penal e internações nas “Fundações Casa” até as internações em hospitais psiquiátricos, as análises se reduzem a considerar como as últimas medidas “depois que tentamos de tudo”, não havia mais o que fazer! Perguntamos: SERÁ? Será que fizemos realmente de tudo? Perguntamo-nos porque tal fato aconteceu e porque essa é a única solução? Indagamos se existem equipamentos sociais suficientes e adequados para dar suporte e apoio aos sujeitos que sofrem ou que se envolvem em situações de risco? Parece que não, pois excluir os sujeitos do convívio social é a melhor forma de ignorarmos as respostas das questões acima e justificar as desigualdades sociais. Todos os dias surgem denúncias da falta de equipamentos não só na saúde mental, mas também em relação ao SUS, porém,de forma equivocada, faz-se a crítica da proposta de modelo e não da falta de vontade política na sua implementação. Existe também um ataque constante por parte da Associação Brasileira de Psiquiatria contra as mudanças e a implementação dos modelos substitutivos em saúde mental (CAPS, Ambulatórios de Saúde Mental, Emergências Psiquiátricas, Hospital-dia, Centros de Convivência, etc) nos mesmos moldes que o setor privatista de medicina faz em relação a implementação do SUS, com receio de perda de poder político e científico, afinal, são os únicos que não cumprem o horário de trabalho no setor público. Por outro lado, nos municípios onde foram implementados os modelos substitutivos em saúde mental e também o SUS, os resultados são evidentes em favor da população, pois o modelo de promoção de saúde e da vida beneficia a todos. Os hospitais psiquiátricos, por sua vez, continuam sendo espaço de exclusão, descaso e violência e poucos resistem a uma avaliação mais rigorosa, ou seja, os problemas que motivaram a organização dos trabalhadores, usuários e familiares na crítica feroz às instituições psiquiátricas há quase 30 anos se mantém atuais nos estabelecimentos que ainda existem.(Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, 2000 e PNASH/Psiquiatria, 2004). Precisamos continuar a fazer a crítica e avançar na luta, pois foi em nome da razão que sepultamos vidas e destroçamos sonhos. Foi em nome da ciência que eletrocutamos e dopamos sujeitos, contribuindo não com sua reabilitação, mas com sua cronificação e morte social. Essa herança não pode ser esquecida, nem ignorada pelas novas gerações, pois contribuirá com a desmistificação de um saber que ao servir aos interesses de uma classe social, legitima a prática de exclusão e segregação. Por uma sociedade sem manicômios! Viva o movimento da luta antimanicomial!


O autor, Osvaldo Gradella Júnior, é do departamento de psicologia da Unesp-Bauru


Artigo publicado pelo Jornal da Cidade de Bauru - 02/11/2007 –

Quando o modo Perfeccionista é funcional?


Quando ele está delimitado. Quando o modelo de comparação a ser reproduzido foi selecionado entre os que já existem.

Ou seja, ó Nível de Exigência Contínua existe, mas delimitado e não Maximizado (infinito); o Nível de Reconhecimento existe considerando um modelo já existente (reconhece o recurso já desenvolvido), mas, não Minimizado (não ignorando ou desconsidera o recurso já desenvolvido) .

O perfeccionismo em uma tarefa pode ser funcional. Exemplo, pessoas que trabalham no controle de qualidade de produtos que põem em risco a saúde pública devem ser selecionados rigorosamente dentro dos padrões especificados; como: medicamentos, alimentos, peças de automóveis, etc.















Segundo a fórmula de minha experiência clínica:

Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado: P = NEC> : NR<

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A intuição e os pans.

Na intuição os esquemas não estão ativados.

Qual a fórmula do Perfeccionismo?

Segundo minha experiência clínica: Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado.

P = NEC> : NR<>), mas não consegui nada até agora (NR<).

Culminando com a cognição seguinte - "Nada que eu faça adiantará".

Nível de Reconhecimento Minimizado: - Todas as vezes que desconsideramos os nossos recursos (E+R) alcançados até o presente, nos enxergaremos como pessoas fragilizadas diante de níveis de exigências irrealizáveis, com o agravamento de que essas exigências serão contínuas e maximizadas.

Mulher W: Hoje não acordei mal e vou aproveitar para fazer tudo; nunca sei como será amanhã!

Considerações: Quando alguém sabe com certeza o que acontecerá no futuro? Não existe a previsão perfeita ou segura; mesmo assim ela continua exigindo um bem estar perfeito (um nível de exigência continuado que aumenta ilimitadamente ou que é maximizado. Ao mesmo tempo em que está desconsiderando (ou minimizando) seu bem estar conseguido com os seus recursos atuais.

Ela poderia reconhecer o seu bem estar atual (devido aos seus recursos atuais) e perceber que não está 100% fragilizada e que poderia ampliá-lo; mas seu foco está no que poderá não ser feito, no que falta ou está ameaçado já que seu bem estar não é garantido (naturalmente). As limitações naturais assustam os perfeccionistas que tentam criar condições ideias para se tranquilizarem.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Palestra na FOB-USP, 09 de novembro de 2007.



COMO LIDAR E VENCER O ESTRESSE.
O estresse se apresenta em quatro fases: a fase de alerta, a fase de resistência, a fase de quase exaustão e a fase de exaustão. Vencer o estresse significa estar escolhendo ter uma vida com mais qualidade de modo a não chegar a sua fase final.

1- O que é o estresse?
Estresse é uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. Quanto mais a situação durar ou quanto mais grave ela for, mais estressada a pessoa pode ficar.

2- Quem pode ser atingido pelo estresse?
O estresse pode atingir qualquer pessoa, pois mesmo as mais fortes estão sujeitas a um excesso de fatores estressantes que ultrapassam sua capacidade física e emocional de resistir.

3- O que causa estresse?
Dificuldades do dia-a-dia, doenças, desemprego, brigas, acidentes e perdas importantes. Muitas mudanças na vida, mesmo que para melhor, quando ocorrem freqüentemente podem ter um efeito somatório de produzir estresse. São as fontes externas.
Há também o que chamamos de fontes internas de estresse que podem ter um efeito ainda maior no organismo, tais como os pensamentos, sentimentos e o nosso modo típico de reagir em certas situações.

4- Como lidar com o estresse?
Primeiro a pessoa deve identificar em qual fase do estresse ela está. Existem quatro fases no estresse: a fase de alerta, resistência, quase exaustão e de exaustão.

5- Como é a fase de alerta?
Na "fase do alerta", considerada a fase positiva do stress, o ser humano se entusiasma, se energiza através da produção da adrenalina; a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude é freqüentemente alcançada.

6- Como é a fase de resistência?
É a segunda fase, a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus estressores , mas se o stress continua presente por tempo indeterminado vem a "fase de resistência" que se inicia quando o organismo tenta uma adaptação devido à sua tendência a procurar o equilíbrio, a homeostase interna. Na "fase de resistência", as reações são opostas àquelas que surgem na primeira fase e muitos dos sintomas iniciais desaparecem, dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço.

7- E a fase de quase exaustão?
Se os fatores estressantes persistirem em freqüência ou intensidade, há uma quebra na resistência da pessoa e ela passa a "fase de quase-exaustão". Nesta fase, o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem uma maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração com sintomas de resfriados, gripes, herpes, dentre outros.

8- E a quarta fase?
É a fase de exaustão. Em não havendo alivio para o stress através da remoção dos estressores ou através do uso de estratégias de enfrentamento, o stress atinge a sua fase final, a "fase da exaustão", quando doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como enfarte, úlceras e psoríase, dentre outros. A depressão passa a fazer parte do quadro de sintomas do stress na "fase de quase-exaustão" e se prolonga na "fase de exaustão".

9- Como saber se estou estressada?
Perceba se você ultimamente está com sintomas: Psicológicos, Físicos ou Outros.

10- A pessoa que tiver um desses sintomas está estressada?
Não, é preciso ter vários desses sintomas, quanto mais sintomas assinalados, mais intenso está o seu nível de estresse.

11- O que fazer para vencer o estresse?
- Primeiro tenha calma, não se estresse, há meios de você aprender a lidar com o estresse de modo que, mesmo nos piores momentos, você possa manter sua saúde.
- Para equilibrar-se preste atenção, principalmente, para quatro áreas da vida: alimentação, exercício físico, relaxamento e aspectos emocionais.

12- Como deve ser uma alimentação anti-stress?
Deve ser rica em legumes, verduras e frutas. Procure orientação com profissional, medico ou nutricionista, para saber se deve evite gordura, chocolate, café, refrigerante e sal.

13- E na área dos exercícios físicos?
Caminhadas de 30 minutos pelo menos 3 vezes ajudam no combate ao estresse, sem esquecer de consultar o seu médico antes de começar a se exercitar.

14- E nas atividades de relaxamento, o que se pode fazer?
Quando relaxamos, o nosso corpo e mente têm a chance de se livrarem das tensões acumuladas, de se prepararem para novos desafios. Todo ser humano precisa de pelo menos meia hora por dia para relaxar e se desligar dos problemas.
Não há formula mágica para relaxarmos. Alguns gostam de música, outros de bate papo, outros de TV. O que importa é você se desligar dos problemas por alguns minutos.

15- A outra área é a de estabilidade emocional, o que os psicólogos orientam?
Que se tente pensar de modo positivo, vendo o lado bom das coisas. Se algo o incomoda, tente falar sobre o assunto, tente resolver um problema de cada vez ao invés de querer resolver todos de uma vez ou evita-los.
Ou seja, os pensamentos e também a falta de habilidade para resolver problemas criam vulnerabilidades e estas criam o estresse.
As pessoas ficam mais estressadas e vulneráveis quando estão:
1: frustradas - 2: com pressa - 3: na solidão - 4: no tédio - 5: na sobrecarga de trabalho - 6: na ansiedade - 7: na depressão - 8: na raiva - 9: quando crêem nos pensamentos distorcidos -10: no perfeccionismo -11: na aprovação-12: no negativismo.

15- Então o estresse tem cura?
Sim e qualquer pessoa pode aprender a controlar o estresse em sua vida, se recuperando e não tendo mais estresse excessivo.

16- O que você tem a dizer para aqueles que tem alguma doença ligada ao estresse?
Que procure um médico especialista na área afetada e também procure um psicólogo para saber as causas do estresse e descobrir como lidar com elas de modo a não se estressar mais no futuro.
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COMPLEMENTAÇÕES:
Quadro de verbalizações de cada vulnerabilidade:
Vulnerabilidade 1: A FRUSTRAÇÃOVerbalizações típicas de quem a tem:
"Não suporto quando as coisas não saem do jeito que antecipei.""Se não for deste jeito, não quero.""Prefiro não ir se não for onde escolhi."
Vulnerabilidade 2: A PRESSA
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Não me faça perder tempo.""É um desaforo me fazer esperar deste jeito.""Quando eu me atraso, fico extremamente irritado."
Vulnerabilidade 3: A SOLIDÃO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Não agüento ficar o fim de semana sem ver os amigos (namorado/a etc).""Tenho angústia de ficar só em casa.""Só vou para casa depois que minha mulher chegar em casa."
Vulnerabilidade 4: AO TÉDIO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Todo relacionamento que tenho fica chato depois de algum tempo.""Gosto do agito, de adrenalina, não gosto de repetir programas.""Não gosto de coisas monótonas, repetitivas, me dão nervoso."
Vulnerabilidade 5: A SOBRECARGA DE TRABALHO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Quando tenho muitos projetos para fazer fico até desnorteado.""Não consigo trabalhar bem se sei que tenho uma pilha de coisas para fazer.""Trabalhar todo dia até tarde sem descanso? De jeito algum, não agüento."
Vulnerabilidade 6: A ANSIEDADE
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Na véspera de algo importante, já fico com muita angústia, mesmo que saiba o que fazer.""Sempre que vou fazer algo novo ou conhecer gente nova me dá uma confusão na cabeça e demoro para me situar."
Vulnerabilidade 7: A DEPRESSÃO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Me dá desânimo pensar em enfrentar certas coisas, pois sei que minha energia é pouca.""Para quê batalhar tanto se nada tem graça?"
Vulnerabilidade 8: A RAIVA
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Vivo à mercê de qualquer um que me irrite, pois fico com muita raiva e perco o controle.""Não gosto de ter muito contato com gente, pois sei que vão fazer algo que me dará raiva."
Vulnerabilidade 9: A PENSAMENTOS DISTORCIDOS
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Todo mundo quer tirar vantagem de todos, por isto não se pode confiar em ninguém.""Quem teve infância ruim nunca vai ser feliz.""Essa pessoa nasceu neste Estado? É malandro."
Vulnerabilidade 10: AO PERFECCIONISMO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Tenho certeza de que vou encontrar erros neste relatório. Faça de novo antes de eu ler.""Tenho que olhar tudo, pois ninguém aqui faz nada direito.""Não dá para tirar férias, não confio em ninguém para fazer meu trabalho."
Vulnerabilidade 11: A APROVAÇÃO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Tenho que fazer tudo certinho, pois o que vão pensar de mim?""Precisei ficar até tarde trabalhando, pois meu chefe ia ficar chateado se soubesse que tinha que ir ao dentista logo depois do trabalho."
Vulnerabilidade 12: AO NEGATIVISMO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Cuidado, esse namoro pode não dar certo.""A laranja está bonita, mas deve estar azeda."
Para saber mais consulte: http://www.estresse.com.br/
Conheça os alimentos anti-estresse
Valéria Goulart, médica nutróloga e endocrinologista, estudiosa em terapia ortomolecular e estética médica, cita alguns os "alimentos campeões", fontes de nutrientes necessários no combate ao estresse:
Alface: a lactucina e lactupicrina, encontradas principalmente nos talos das folhas, atuam como calmante.
Espinafre e brócolis: previnem a depressão. Contêm potássio e ácido fólico, importantes para o bom funcionamento das células, garantindo o bom funcionamento do sistema nervoso, devido ao magnésio, ao fosfato e às vitaminas A e C e ao Complexo B.
Peixes e frutos do mar: diminuem o cansaço e a ansiedade, pois contêm zinco e selênio que agem diretamente no cérebro.
Laranja: promove um melhor funcionamento do sistema nervoso. É um ótimo relaxante muscular e ajuda a combater o estresse e prevenir a fadiga. Tem substâncias hidratantes e é rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do Complexo B.
Castanha-do-pará: melhora sintomas de depressão, auxiliando na redução do estresse. É rica em selênio, um poderoso agente antioxidante. Uma unidade ao dia já fornece a quantia diária de selênio (350mg) recomendada.

http://www.ctcbauru.com.br/ - Rua Aviador Gomes Ribeiro 17-38 – Altos – Bauru – SP – F: 3227 1473
Arnaldo Vicente

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

15 de outubro, dia do que ensina, mas não faz nenhum aluno aprender.


Parabéns e obrigado à todos os professores que me ensinaram, desde o primeiro ano até o último dia em que assisti uma aula. Vocês foram os grandes colaboradores de minha vida, assim como foram os meus pais. Pena que vocês não tinham o poder de me fazerem aprender. Talvez eu fosse uma pessoa melhor se isto tivesse sido possível, mas não foi. Mesmo despreparado de critérios fui eu quem escolhi o que eu apreenderia, fui eu que signifiquei e resignifiquei o que ouvi, vi e senti diante de tudo o que foi oferecido por vocês. Cheguei a crer que vocês me faziam aprender e me taxei de incapaz quando vi que não tinha apreendido. Que ingenuidade!
Hoje sei que vocês não podiam me fazer aprender, independente da vontade ou da capacidade de vocês. Minha capacidade de perceber e avaliar, o que vocês me apresentaram, não foi suficiente em muitos momentos para dar o valor produtivo que hoje percebo que poderia ter dado no passado. Tive sentimentos conturbados por conta dos pensamentos automáticos negativos sobre vocês e sobre mim. Eu estava equivocado, mas não sabia que eram minhas idéias sobre vocês que estavam determinando o meu humor e meus comportamentos naquelas situações.
Hoje eu sei.
Obrigado a todos os meus alunos que se permitiram tomar contato com os conteúdos que apresentei em nossas aulas. Sei que não tive poder sobre o sucesso ou dificuldades de vocês, mas sei que tive responsabilidade sobre o que me cabia. Posso ensinar, não posso fazer aprender.
Arnaldo Vicente - Professor de Terapia Cognitiva.

A solução não é a educação. É a política.


Não teremos mudanças eficazes de qualidade de vida se o nosso povo continuar ignorando a importância, as consequências da política em nossas vidas. Veja o caso Renam Calheiros não adiantou o nível educacional, o que adiantou foi a atitude política no próprio meio eleito e nas repercussões sociais. O Lula chegou onde chegou não pela educação, mas por sua evolução política. A educação só será efetiva se contribuir para a formação política. Queremos acreditar que hoje o tempo é a era da coca-cola ou skol, da informática e da MBA, não é. Continuamos na era da política, mesmo que ao invés de coca-cola ou skol tenhamos que terminar com a última dose de cicuta.

A tríade cognitiva enfatiza a importância do futuro e o futuro é entender e intervir na política hoje.

Arnaldo Vicente

terça-feira, 9 de outubro de 2007

A indecisão revela uma falta de acordo do "Eu-Comigo".


Porque não consigo tomar atitudes com uma pessoa querida que me irrita, que abusa de mim? São anos colecionando dissabores, expectativas frustradas que prejudica o meu presente e o meu futuro imediato; mas lá está ela abusando dia após dia, cutucando-me, como a àguia que de dia cutucava e comia o fígado imortal de Prometeu. Automáticamente sei o que fazer e automáticamente deixo de fazer.
Prometeu foi castigado porque roubou o conhecimento, na forma de fogo, que pertencia a Zeus e o entregou aos homens. As pessoas que abusam são como Zeus, criam regras para o seu bem estar e acreditam que estas devem ser seguidas pelas pessoas à sua volta, não hesitando em culpá-las e até puní-las. Elas, assim como Zeus, interpretam que se transgrediram suas inprescindíveis regras é porque intencionam torná-las vulneráveis. Felizmente, a rigidez de Zeus, o deus dos deuses, é passageira e ele ordena (sempre acha que pode determinar) a Herácles que mate a àguia.
As vezes nos falta a coragem de Prometeu e não assumimos os nossos conhecimentos sobre o quanto uma relação é improdutiva para a nossa meta de ser feliz. Isto porque somos atropelados pela nossa meta de sobrevivência. Acreditamos que se agirmos de modo diferente seremos desamparados, ignorados ou não estimados.
Por isto afirmei que automáticamente sei o que fazer(para ser feliz), mas automáticamente deixo de fazer (para não aumentar minha vulnerabilidade).
É preciso haver um entendimento entre Zeus e Prometeu a favor do Homem; uma harmonia entre o que pensamos sobre o que precisamos, o que queremos e o que podemos. Nosso ego (ligado ao mundo) precisa colaborar com o nosso Self (ligado a nossa natureza).
Arnaldo Vicente.



As crenças e a motivação.







A motivação ocorre quando vislumbramos a completude ou a felicidade. Nos motivamos por ordem de nossas necessidades serem reguladas ou pelas inspirações e desejo de promoções. As necessidades são implacáveis e não são negociáveis; a sede e a fome, por exemplo não esperam pela nossa boa vontade. Mas uma vez as necessidades básicas correspondidas (como dizia Maslow-foto) despertam à busca inspiradora de novas conquistas, novas realizações. Isto me faz entender porque a crença de incompetência somada a de vulnerabilidade nos leva a temer o desamparo e porque mesmo depois de amparado ainda continuamos a querer desenvolver mais competência. Precisamos nos sentir competentes para atender as novas inspirações e aspirações, que podem ser traduzidas como a busca do outro adequado e estimável.
Talvez o segredo seja analisar nossas competências separada de nossas vulnerabilidades. Primeiro ter uma visão realista e atualizado do que somos capazes, segundo considerar em quais àreas precisamos ou queremos investir essa capacidade, terceiro avaliar se nossa capacidade é suficiente ou devemos complementá-la antes de iniciar qualquer passo e quarto ponderar as estratégias à implementar.
Arnaldo Vicente

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Felicidade, o ponto final da Ansiedade.


Tenho trabalhado muito com os pans e as crenças de ansiedade e vejo que um dos quadros de ansiedade que mais me permitiu aprender a trabalhar com essas crenças é o quadro de Pânico. Um quadro claro e ao mesmo tempo difícil de se desconstruir. As crenças intermediárias ligadas as interpretações do funcionamento orgânico nos remete para uma situação extrema que é "se não controlo o meu corpo morrerei". Lembrando Salkovskis: a possibilidade e a aversão se potencializam. Quando o foco é a morte o quadro fica ainda mais comprometido. O enfrentamento fica inoperante, pois também fica potencializado pela crença primária de incapacidade e a esperança foca-se nos resgates. O quadro de perpetuação provocado pela abstração seletiva e a evitação são mantidos pela equivocada interpretação catastrófica sobre os sintomas orgânicos. A tríade cognitiva está comprometida no Eu-Futuro e dependente do Resgate-Presente Imediato (de pessoas, remédios, etc). A urgência: viver, não perder a vida, ter um final feliz.
Ter um final feliz é também o objetivo da pessoa com TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e de outros transtornos. Todos queremos ser felizes. Sentimos alegria quando temos a felicidade, tristes ao perdê-la, ansiosos diante da ameaça de perdê-la, com raiva quando não conseguimos mantê-la. Não queremos apenas sentí-la queremos possuí-la; e quando acreditamos que a temos nos confundimos e chamamos prazer de felicidade. Desenvolvemos então a crença de que é possível criar um esquema onde possamos ser capazes de assumir o controle sobre a felicidade (digo, "do prazer"), basta ter competência. O próximo passo é a felicidade de ser adequado e estimado.
Mas, a felicidade não tem dono e quando todas estratégias falham ao invés de mudarmos a meta permanecemos nas submetas, entramos em Pânico, em Depressão ou iniciamos as Idéias de Suicídio.
A dicotomia se revela no desejo de tudo (feliz?) ou nada (infeliz?), oito ou oitenta.
Ansiosos não alcançam a Felicidade Total (Invulnerabilidade Perfeita) e então concluem que estão ameaçados pela Infelicidade Total (Vulnerabilidade Cognitiva).
Martin Seligman fala dos benefícios de saber analisar as dimensões de permanência, abrangência e personalização na construção dos estilos cogntivos. De fato suas recomendações auxiliam no gerenciamento de sintomas e reestruturação cognitiva. Tenho complementado esse trabalho chamando a atenção para o quanto o ansioso está mais atento nas metas (finalidades) do que nos problemas (motivos). Não é o medo o seu grande inimigo, mas sim a sua falta de esperança. Essa falta de esperança se revela em suas preocupações improdutivas, que como enfatiza Robert Leahy não geram submetas viáveis, mas apenas alívio.
Tenho orientado pais e professores a auxiliar na construção de uma meta construtiva: "o pior não tem que ser a última coisa esperada, é possível que o melhor aconteça". Como? Iniciando e, principalmente, terminando o contato com um discurso favorável ao criticado, seja na esfera da competência, adequação, estima ou segurança. Os discursos em terapia mostram que os ansiosos e pessimistas sempre falam da última lembrança de uma situação lembrando ou revivendo seus aspectos negativos. Talvez por isto os ansiosos não verifiquem se suas predições ocorrem ou não.
Não estou dizendo gerem prazer estou dizendo ofereçam momentos felizes.
É por isso que dou muita importância em saber o que o paciente fez em sua semana que tenha sentido alegria e felicidade e logo em seguida pergunto: -"O que isto revela sobre você?"
Arnaldo Vicente

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Perfeccionismo x Procrastinação


Faço as coisas quando tiver um tempo (perfeito, onde consiga fazer as coisas do jeito que acho que me dará resultados excelentes; farei de modo controlado seguro e sem ter que me preocupar com o tempo que levarei ou com a qualidade que farei.)


Este tempo existe?

Para responder é preciso saber qual é o jeito que a tarefa precisa ser feita com qualidade.

Exemplo: preparar uma palestra, qual a melhor forma, quanto tempo é necessário?

sábado, 15 de setembro de 2007

Faça sua Inscrição.




Participação Internacional:

Douglas Turkington(Inglaterra)
Nicholas Tarrier(Inglaterra)
Neal Stolar(EUA)
Yulia Landa(EUA)

Diferenças entre Cognitivo Comportamental e Comportamental Cognitiva.


A Terapia Cognitiva vem ganhando crescente visibilidade e relevância no Brasil, em virtude de algumas de suas características centrais, como modelo integrado, fundamentação cientifica, integração entre teoria e prática e entre pesquisa e clínica, curto prazo, eficácia, aplicabilidade a uma ampla gama de transtornos, características que, entre outras, tem-lhe assegurado o respeito de cientistas, clínicos e pacientes ao redor do mundo. Uma abordagem pragmática, a TC tem-se mostrado extremamente bem situada internacionalmente dentre os inúmeros modelos de psicoterapia propostos no último século.No Brasil, desde meados da década de 1990, observamos uma situação bastante semelhante, com uma proliferação de clínicas e institutos conduzindo pesquisas, oferecendo atendimento clínico e cursos nessa abordagem. Contudo, o caráter recente da terapia cognitiva entre nós tem igualmente lhe valido alguns equívocos e distorções, que certamente serão corrigidas, à medida que um número crescente de profissionais obtenha treinamento adequado, através de instrutores preparados, e em instituições autorizadas.Terapia Cognitiva e Terapia ComportamentalNo Brasil, a TC tem sido freqüentemente, e equivocadamente, identificada com a Terapia Comportamental, originando a idéia de que terapeutas treinados na abordagem comportamental estariam naturalmente habilitados a praticar a TC. As abordagens cognitiva e comportamental têm diferentes concepções de ser humano e modelos de personalidade e de psicopatologia incompatíveis. A TC tem um modelo teórico e aplicado específico, cujo emprego integral possibilita a tão divulgada brevidade e eficácia que lhe são amplamente atribuídas.A mudança para a TC por comportamentais demanda, portanto, uma adaptação da visão de ser humano e a adoção dos modelos cognitivos de personalidade e psicopatologia, com a devida integração a estes de técnicas comportamentais que, nesse caso, são empregadas com a finalidade de mudar cognições, e não comportamentos. Essa modalidade integrada, denominada Terapia Cognitivo-Comportamental ou TCC, semelhantemente à TC, adota a hipótese de primazia das cognições sobre emoções e comportamentos e conceitua as cognições como eventos mentais.Ao contrário, a integração de elementos da TC à terapia comportamental, isto é, a utilização de técnicas cognitivas dentro de um enquadre comportamental, sem a adoção do modelo cognitivo e da hipótese de primazia das cognições, não é viável. O não reconhecimento dessas diferenças e da limitação de possibilidades que delas resulta, origina interpretações distorcidas do que é TCC, que têm contribuído para confundir profissionais, estudantes e pacientes. As denominações TC, TCC e terapia comportamental têm sido impropriadamente empregadas por alguns setores e grupos como se fossem equivalentes e intercambiáveis.Uma das conseqüências desses equívocos é que, em anos recentes, o treinamento de profissionais em TC no Brasil tem sido prejudicado, com programas que anunciam oferecer treinamento em TC enfatizando diferentes vertentes.A despeito dessas dificuldades, o futuro da TC no Brasil mostra-se promissor. A tendência é uma crescente atenção à devida qualificação de profissionais instrutores e clínicos, que se anunciam como terapeutas cognitivos, a fim de que a excelente reputação da abordagem possa ser assegurada e que os relatos de consistência, eficácia e brevidade, atribuídos à TC e reconhecidos mundialmente, possam se confirmar também no Brasil.Nesse contexto, especialmente em vista das especificidades e dificuldades apontadas, destaca-se a importância da realização, pelo ITC-Instituto de Terapia Cognitiva, de eventos reunindo líderes internacionais nas áreas clínica e científica, que mobilizam profissionais brasileiros interessados na exposição ao modelo cognitivo em suas várias áreas de aplicação.Em particular, a aplicação da TC à esquizofrenia tem sido amplamente enfatizada, tanto no âmbito da clínica como das pesquisas, em programas ambiciosos e com resultados extremamente encorajadores, em que a associação da TC à farmacoterapia demonstra-se superior às estratégias terapêuticas tradicionais com relação ao gerenciamento dos sintomas centrais e periféricos, promovendo ainda melhor aderência à medicação e maior tolerância aos seus colaterais.Esses programas serão apresentados durante o I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva com inigualável competência, através de seus mais reconhecidos experts, pioneiros nessa área de atuação e autores das mais expressivas publicações no gênero.


Dra. Ana Maria Serra


Acesse o website oficial do I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva:

Reestruturação Cognitiva e Esquizofrenia.


O princípio básico da TC, que reflete uma postura construtivista, propõe que nossas respostas emocionais e comportamentais, bem como nossa motivação, não são influenciadas por eventos, mas sim pela forma como os processamos – por nossas representações, interpretações e atribuições de significados. Estas se refletem no conteúdo de vários fluxos paralelos de processamento cognitivo em nível pré-consciente – os pensamentos automáticos.O real é percebido sensorialmente e os elementos de percepção sensorial são organizados em estruturas cognitivas denominadas esquemas e suas crenças correspondentes. O resultado desse processamento esquemático reflete as representações do real pelo sujeito, e não o real propriamente. Essas representações, segundo a hipótese de primazia das cognições sobre emoções e comportamentos, atuam como variável mediacional entre o real e as nossas respostas emocionais e comportamentais. Daí decorre que, para modificar emoções e comportamentos, intervimos sobre a forma do indivíduo processar informações, ou seja, sobre suas cognições, esquemas e crenças. O objetivo último da TC é, portanto, promover a reestruturação cognitiva, a substituição do sistema de esquemas disfuncionais por um sistema funcional, que levará o paciente, no futuro, a processar informações de novas formas.Na esquizofrenia, a combinação da re-estruturação cognitiva à atuação dos psicofármacos, promove a reabilitação social do paciente esquizofrênico.


Dra. Ana Maria Serra


Acesse o website oficial do I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva:

Personalidade (segundo a TC) e esquizofrenia.


O modelo cognitivo de personalidade propõe que, através de sua história, e com base em experiências relevantes desde a infância, desenvolvemos um sistema de esquemas, registrados no inconsciente, também chamado de memória implícita. Esquemas, nesse sentido, podem ser definidos como super-estruturas cognitivas, que refletem regularidades do real conforme percebidas pelo sujeito, e organizam elementos da percepção sensorial, ao mesmo tempo em que são atualizados por eles, em uma relação circular. Os esquemas ainda dirigem o foco de nossa atenção. Incorporadas aos esquemas, desenvolvemos crenças básicas e pressuposições intermediárias específicas para diferentes classes de eventos, as quais são ativadas em vista de eventos críticos elicitadores. A ativação dessas crenças reflete-se, no pré-consciente, nos conteúdos dos pensamentos automáticos, que, por sua vez, influenciam a qualidade e intensidade da emoção e a forma do comportamento.Daí decorre que a teoria cognitiva básica reflete um paradigma de processamento de informação, baseado em esquemas, como um modelo de funcionamento humano. O sistema envolve estruturas, processos e produtos, envolvidos na representação e transformação de significado, com base em dados sensoriais derivados do ambiente interno e externo. As estruturas e processos atuam a fim de selecionar, transformar, classificar, armazenar, evocar e regenerar informação, segundo uma forma que faça sentido para o indivíduo em sua adaptação e funcionamento. Central, portanto, para o modelo cognitivo é a capacidade para atribuição de significado.O modelo cognitivo de psicopatologia, semelhantemente, propõe que, durante o desenvolvimento e em vista de regularidades do real interno e externo, indivíduos podem gradualmente perder sua flexibilidade cognitiva, que lhes permite continuamente assimilar novas regularidades e atualizar seus esquemas. Enrijecendo-se, os esquemas tornam-se disfuncionais, predispondo o indivíduo a distorções cognitivas e à resistência ao reconhecimento de formas alternativas de processamento, as quais, em conjunto com fatores biológicos, motivacionais e sociais, originariam os transtornos emocionais. A hipótese da vulnerabilidade cognitiva, fundamental nesse modelo, propõe que portadores de transtornos emocionais apresentam uma tendência aumentada a distorcer eventos, no momento de processá-los; e, uma vez feita uma atribuição, resistem ao reconhecimento de interpretações alternativas.Na esquizofrenia, com base no modelo psiquiátrico de diátese e estressores ambientais, o modelo cognitivo propõe que a vulnerabilidade ou predisposição geneticamente determinada à esquizofrenia é materializada através da interação com estressores ambientais e experiências subjetivas, que resultam em um sistema de esquemas cognitivos e crenças disfuncionais que predispõem o indivíduo ao desenvolvimento e manutenção de um quadro esquizofrênico. O tratamento cognitivo, em paralelo ao tratamento farmacológico, resultaria na reabilitação do portador de esquizofrenia.
Dra. Ana Maria Serra
Acesse o website oficial do I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva:http://www.congressoesquizofrenia.com.br/

Aaron Beck, TC e esquizofrenia.



"Beck desfechou um golpe profundamente subversivo na psicanálise enquanto nos garantia que estava apenas tentando expandir as fronteiras da psicoterapia"Em Setembro de 2006, a Lasker Foundation anunciou a concessão a Aaron Beck do Prêmio Lasker de Pesquisa Clínica, o mais prestigioso prêmio na área de Medicina outorgado anualmente nos EUA, um prêmio que veio se somar a inúmeros outros prêmios e homenagens que Beck vem recebendo, ao longo de 40 anos, de prestigiosas instituições ao redor do mundo. Beck, que confrontou o dogma Freudiano nos anos 60, transformou o tratamento da depressão e de outros transtornos mentais com sua técnica cognitiva, estabelecendo um novo limiar para a avaliação da eficácia das psicoterapias e aplicando um rigor em suas pesquisas jamais visto nessa área.Beck nasceu em 1921, em Rhode Island, Nova York. O terceiro filho de imigrantes judeus Ukranianos, era uma criança ativa, até aos 8 anos, quando foi hospitalizado devido a uma infecção severa, após uma cirurgia de uma fratura no braço. Em retrospecto, essa experiência teve um significado decisivo ao restringir suas atividades normais, forçando-o a encontrar ocupações menos ativas, como ler, e levando-o a desenvolver fobia de sangue e ferimentos. Ao enfrentar seus medos irracionais, ele desenvolveu estratégias para controlá-los, das quais, mais tarde, derivaria estratégias para aplicar a outros.Estudante exemplar, destacou-se como editor de vários jornais nas instituições onde estudou. Graduou-se, em 1942, em Inglês e Ciências Políticas pela Brown University, seguindo para a Escola de Medicina da Universidade de Yale, onde completou residência em Neurologia. Embora interessado em Psiquiatria, ressentia-se da falta de objetividade e precisão nessa área. Entretanto, durante sua residência, a exposição à Psiquiatria neutralizou suas resistências, levando-o a obter, em 1953, seu Certificado em Psiquiatria. Sua primeira incursão na área das psicoses, através de um artigo publicado em 1952 sobre um paciente com delírios paranóicos, prenunciaria sua área central de interesse científico a partir de 1996: A aplicação da Terapia Cognitiva à Esquizofrenia.Em 1954, ingressou como Professor de Psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade da Pennsylvania, em Filadélfia. Nessa época, a teoria Freudiana estava em franca ascensão na Psiquiatria nos EUA, e, como muitos de seus colegas, Beck completou seu treinamento psicanalítico em 1958. Na década de 70, criou o Centro de Terapia Cognitiva, que dirigiria até 1995, onde ele e um grupo de brilhantes colaboradores e discípulos desenvolveram a TC como um novo sistema de psicoterapia. Em 1995, fundou, com sua filha Judith Beck, o Beck Institute, em um subúrbio de Filadélfia. Em 1996, voltou à Universidade da Pennsylvania, como Professor Emérito, com um grande financiamento de pesquisa do National Institute of Mental Health (NIMH, Instituto Nacional de Saúde Mental) dos EUA, onde hoje estuda a prevenção de suicídio e a aplicação da TC à esquizofrenia.A Emergência da TCA falta de objetividade e precisão que Beck via na Psiquiatria, e mais ainda na Psicanálise, o incomodavam. Embora os analistas propusessem que a neurose se originava de fatores profundos em ação, não conseguiam chegar a um acordo sobre quais eram esses fatores. E a postura passiva do psicanalista lhe parecia, na realidade, uma falta de recursos efetivos. Discretamente, ele começou a se afastar da ortodoxia da Psicanálise, sentando-se frente aos seus pacientes, explorando mais ativamente o diálogo interno pré-consciente que os pacientes relatavam em paralelo à livre-associação. Observando-os, descobriu que esses fluxos de pensamentos, automáticos e involuntários, refletiam elementos fundamentais para a conceituação e tratamento dos transtornos de seus pacientes.Emprestando da Psicologia acadêmica o método científico, Beck conduziu estudos a fim de comprovar os dogmas freudianos, falhando, porém, continuamente em fazê-lo. Seus dados apontavam em diferentes direções. Com respeito à depressão, seus dados demonstraram que, na realidade, a forma negativa do depressivo pensar não era o resultado, mas a causa, de sua depressão. Suas idéias não foram recebidas com facilidade. Colegas psicanalistas as classificaram como superficiais e simplistas. Behavioristas, por sua vez, argumentavam que o foco nos pensamentos era inviável, pois esses não podiam ser objetivamente observados e medidos. E seus colegas psiquiatras biológicos argumentaram que o método era simplesmente uma forma de elevar temporariamente o humor dos pacientes depressivos, não um tratamento específico. No entanto, através de quatro décadas, Beck continua respondendo a seus críticos com um volume considerável de dados empíricos convincentes.Em seus questionamentos e estudos, Beck foi influenciado por filósofos clássicos, pelo construtivismo e pela fenomenologia. Sua intenção expressa era expandir os limites e aprimorar os métodos da psicoterapia. No entanto, em suas inquietações, ele não estava só: Ocorreu, nessa época, uma rara convergência entre psicanalistas e behavioristas em sua insatisfação com os próprios modelos de depressão. Observou-se o afastamento da psicanálise e do behaviorismo radical por vários de seus ilustres adeptos. Entre eles, destacou-se Ellis, cuja terapia racional emotiva (RET), mais tarde denominada de REBT (Terapia racional emotiva comportamental), foi a primeira psicoterapia com clara ênfase cognitiva, tomando os construtos cognitivos como base dos transtornos psicológicos. Seguiram-se Bandura, Mahoney e Meichembaum, behavioristas que, em obras seminais, propuseram os processos cognitivos como cruciais na aquisição e regulação do comportamento, além de estratégias cognitivas e comportamentais para intervenção sobre variáveis cognitivas, inaugurando, dessa forma, a Terapia Cognitivo-Comportamental.Com base em seus estudos empíricos e observações clínicas, Beck propôs o modelo cognitivo da depressão, que, evoluindo em seus aspectos teórico e aplicado, resultaria na proposição de um novo sistema de psicoterapia, que ele denominou de Terapia Cognitiva. Beck declarou que a negatividade do depressivo não era um sintoma, mas desempenhava uma função central na instalação e manutenção da depressão. Cognição, e não emoção, é declarada o fator essencial na depressão, que ele classifica como um transtorno de pensamento e não um transtorno emocional. Propõe ainda a hipótese de vulnerabilidade cognitiva como a pedra fundamental da Terapia Cognitiva, bem como a noção de esquemas cognitivos. Em 1959, abandonou o divã, declarando "Uma vez eliminado o modelo motivacional, e inserido o modelo cognitivo, não vi mais nenhuma necessidade do restante da superestrutura do pensamento psicanalítico". Segundo David Goldberg, "Beck desfechou um golpe profundamente subversivo na psicanálise e quanto nos garantia que estava apenas tentando expandir as fronteiras da psicoterapia".Próximo de seus 86 anos, Beck divide seu tempo entre o Instituto Beck e a Universidade, joga tênis regularmente, adora gravatas borboletas e, definitivamente, não pensa em se aposentar. Seu senso de humor, ainda aguçado, torna sua companhia sempre agradável.O I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva representa mais um tributo à pessoa e à obra de Aaron Beck, esse admirável pesquisador e clínico que ousou, mas nunca com arrogância, vivendo continuamente seus dois maiores prazeres: Descobrir coisas novas e incentivar novos talentos a novas conquistas, sempre empenhado em expandir os limites da psicoterapia.

Dra. Ana Maria Serra, PHD

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O que é Terapia Cognitiva?



A Terapia Cognitiva (TC) reflete um sistema integrado de psicoterapia cientificamente fundamentado. Combina um modelo de personalidade e de psicopatologia a um modelo aplicado, que reúne princípios, técnicas e estratégias terapêuticas. Demonstra aplicabilidade eficaz, segundo estudos controlados, a uma ampla gama de transtornos – depressão, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, dependência química, psicoses, terapia familiar e conjugal, etc. É aplicável individualmente e em grupo, a adultos, crianças e adolescentes. É ainda útil como coadjuvante no tratamento de transtornos orgânicos e psicóticos, além de aplicável, com sucesso, em contextos institucionais, corporativos e educacionais, e nos esportes.Reflete um método diretivo e semi-estruturado, orientado à resolução de problemas. É colaborativa, em um processo em que ambos, terapeuta e paciente, têm um papel ativo. Envolve uma relação genuína entre terapeuta e paciente, baseada na empatia terapêutica. As sessões, bem como o processo terapêutico, são semi-estruturados. É focal, requerendo uma definição concreta e específica dos problemas do paciente e das metas terapêuticas. Tem um caráter didático, objetivando dotar o paciente de um novo instrumental cognitivo e comportamental, em um processo terapêutico breve, que envolve geralmente de 12 e 24 sessões, tornando-a apropriada ao contexto sócio-econômico atual e à utilização por convênios e seguros de saúde.A reunião de todas essas características seguramente nos permite afirmar que a Terapia Cognitiva representa uma mudança de paradigma no campo das psicoterapias.



Dra Ana Maria Serra, PHD.

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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

ITC realiza o I Congresso de Esquizofrenia (21 a 24 de novembro de 2007 - SP)





Pesquisas recentes demonstram a eficácia da Terapia Cognitiva(TC) associada à farmacoterapia no tratamento da esquizofrenia, promovendo um melhor gerenciamento dos sintomas centrais e periféricos, a aderência à medicação e maior tolerância aos seus efeitos colaterais.
Reconhecendo o caráter inovador da associação da TC à farmacoterapia no tratamento das psicoses e, em particular, da esquizofrenia, bem como a superioridade em eficácia dessa associação em relação ao tratamento farmacoterápico isolado, o ITC – Instituto de Terapia Cognitiva realizará em São Paulo, com o apoio de reconhecidos líderes e instituições o I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva, com um programa intensivo de workshops nacionais e internacionais, mesas redondas, simpósios e posters científicos.

Os últimos cem anos têm representado um período extremamente fértil para a clínica e a pesquisa na área da esquizofrenia. Contudo, a pesquisa ainda se encontra no estágio de formular perguntas, ao invés de gerar respostas, e a clínica ainda se aplica ao teste de diferentes recursos e estratégias terapêuticas. As formulações teóricas, metodologias e questões, sobre as quais se apóiam à clínica e a pesquisa, está em evolução, ao mesmo tempo em que alternativas são enfaticamente propostas, revistas e testadas.A resposta à simples pergunta "o que é esquizofrenia?" ainda parece algo entre o impossível e o óbvio. A despeito do enorme volume de pesquisa, uma definição de esquizofrenia ainda necessita ser alcançada. Claridge (1994) descreve sua perplexidade de forma brilhante: "O contínuo fracasso em definir subdivisões da esquizofrenia é estranho em si e aumenta a sensação indubitavelmente comum em pesquisadores dessa área, de que, a despeito da variabilidade de expressões, há também uma certa unidade de esquizofrenia, e de que, portanto, deve também haver alguma característica central que define uma pré-condição para a doença ocorrer".Áreas individuais de pesquisa, entretanto, têm experimentado progresso considerável em anos recentes, e sua integração parece promissora, em direção a uma compreensão mais clara da esquizofrenia como um fenômeno biopsicosocial, cujas propostas convergem na proposição de modelos multifatoriais, em um sinal inequívoco de progresso.A pesquisa sobre fatores de vulnerabilidade para a esquizofrenia concentra-se em algumas áreas mais representativas: A abordagem biológica, incluindo estudos farmacológicos, estudos sobre hipóteses neuroanatômicas e/ou neuroquímicas, etc; a abordagem genética, incluindo estudos sobre fatores congênitos e pré-natais, famílias, filhos adotivos, modelos de transmissão, etc; e a abordagem psicológica, incluindo modelos de disfunção no processamento de informação, o modelo cognitivo, a teoria da mente, hipóteses de sistema falho de resposta, transtorno em processo atencional geral, etc.Na área da neuropsicologia da esquizofrenia, por exemplo, explicações cognitivas da disfunção subjacente à sintomatologia positiva, evidências de estudos neuroanatômicas e neuroquímicas de alterações em sistemas cerebrais, evidências de estudos farmacológicos e pesquisa comparativa com animais, parecem convergir de formas intrigantes.TC e o Tratamento da EsquizofreniaUma proposição, de natureza cognitiva, refere-se à disfunção no processamento de informação, que refletiria a expressão de disfunções neuroanatômicas e neuroquímicas. A partir de 1990, as explicações cognitivas para os sintomas, especialmente os positivos, da esquizofrenia se multiplicaram, e não tardaram em chamar a atenção de terapeutas cognitivos. Estes raciocinaram que, onde há distorções, caberia o desafio cognitivo e a tentativa de se promover maior flexibilidade cognitiva, conforme o método empregado com portadores de transtornos psicológicos submetidos à terapia cognitiva, em complementação ao tratamento farmacoterápico.A hipótese se confirmou na prática, bem como o valor heurístico da proposição básica, ensejando não apenas tentativas inovadoras de intervenção terapêutica, mas igualmente incentivando uma área fértil de pesquisa, em que o volume da literatura cresceu surpreendentemente nos últimos dez anos.Essa importante área de aplicação e pesquisa chega-nos através de seus representantes mais ilustres, em um evento que será um marco nacional e internacional na área da esquizofrenia, em mais realização do ITC-Instituto de Terapia Cognitiva, em uma iniciativa que reafirma sua reputação como líder na área da Terapia Cognitiva no Brasil, com o apoio da ABPC-Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva, da IACP-International Association of Cognitive Psychotherapy, da ABP-Associação Brasileira de Psiquiatria, do CFP-Conselho Federal de Psicologia, e de outras importantes instituições, em iniciativas a serem aplaudidas. Líderes de renome internacional nos visitarão a fim de generosamente partilhar conosco sua expertise e inspirar nossos esforços na área do tratamento integrado da esquizofrenia, combinando terapia cognitiva e farmacoterapia, uma área de clínica e pesquisa que desponta internacionalmente com admirável energia.

Dra Ana Maria Serra

Acesse o website oficial do I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva:

Participação Internacional:

Douglas Turkington(Inglaterra)



Nicholas Tarrier(Inglaterra)



Neal Stolar(EUA)



Yulia Landa(EUA)



Michael Garrett(EUA)



Acesse o website oficial do I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva:
http://www.congressoesquizofrenia.com.br/

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Vencendo a depressão.


Na sua experiência ( como deprimido, parente, terapeuta, médico, etc) o que você tem certeza que vence a depressão? Esclareça a sua experiência em detalhes, de modo que possa ser repetida. Exemplo:
A senhora L, por exemplo, ia para casa de sua filha cuidar de sua neta e se sentia muito bem.
Arnaldo

Nosso blogger está no ar!



Nossa oficina esta aberta desde ontem 13 de setembro de 2007.

Desde agosto alguns textos foram preparados e hoje temos um material que fala de pensamentos com defeitos e estratégias para consertá-los.

Aqui podemos falar de todos os assuntos que possam nos ajudar a identificar, desafiar, consertar e quem sabe até descobrir novas ferramentas para consertar pans, que desconhecemos, mas já foram utilizadas ou criadas por outras pessoas.

Expressem suas opiniões sobre o blogger e fiquem a vontade para opinar e sugerir sobre as matérias e enviar suas questões para que possamos tentar ajudá-los.

Começamos nossa rede de comunicação com mais de trezentas pessoas que de uma forma ou outra já tivemos contatos falando ou consertando pans.

Sua postagem direta ou sua contribuição via email (arnaldo@ctcbauru.com.br) são bem vindas.

Um abraço.

Arnaldo