Onde olhar?
Para o presente?
Para o passado?
Para o futuro?
Para a história ou para as cognições?
O terapeuta perfeccionista olha para tudo ao mesmo tempo, ele espera a melhor parte da história (e até incentiva o discurso catártico do paciente). E a melhor parte é aquela que ele desconhece. E como a desconhece ele precisa conhecê-la, ouví-la. Ouve mais uma parte e espera a melhor parte ainda desconhecida. A terapia é importante, o paciente é importante, o terapeuta é competente e adequado; então continua a buscar a melhor parte da história, é nela que encontrará a melhor cognição. Não a que foi oferecida primeiro ou por último, a melhor cognição da melhor parte da história para a melhor intervenção.
Quando o tempo da sessão vai chegando ao fim pode vir o desespero:- Esta sessão não foi a melhor sessão que realizei, eu não fiz a minha melhor intervenção, e não sou o melhor terapeuta!
O terapeuta poderia comparar a sua sessão com outras que já realizou, mas ele as desconsidera, compara apenas com a mais perfeita que ainda não aconteceu (sem saber que ela nunca vai acontecer).
Há a possibilidade dele crer que o paciente também não fez a melhor explanação, nem ofereceu a melhor colaboração.
O terapeuta espera o evento melhor, ou seja aquele que ainda está por acontecer. Como o futuro não termina e ele não delimitou seu campo de comparação, permanecerá na esperança do próximo evento (ou seja esta cognição será acompanhada de emoções positivas). E, caso, tente escolher um evento já conhecido suas cognições ansiogênicas contribuirão para um estado de incerteza acompanhado de comportamentos de hesitação ou esquiva, típico dos esquemas de vulnerabilidade (secundário) e incompetência (primário) : - "Eu deveria ter esperado a melhor parte, vou me dar mal, confirmarei minha incompetência".
O modo dicotômico de pensar não o permite integrar suas informações atuais com as do passado ou do futuro.
Para onde olhar?
Para o evento mais recente, mais próximo do presente, analisando as cognições que o paciente o avaliou.