TCC 2015

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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Equívocos do Terapeuta Perfeccionista.


Onde olhar?
Para o presente?
Para o passado?
Para o futuro?
Para a história ou para as cognições?
O terapeuta perfeccionista olha para tudo ao mesmo tempo, ele espera a melhor parte da história (e até incentiva o discurso catártico do paciente). E a melhor parte é aquela que ele desconhece. E como a desconhece ele precisa conhecê-la, ouví-la. Ouve mais uma parte e espera a melhor parte ainda desconhecida. A terapia é importante, o paciente é importante, o terapeuta é competente e adequado; então continua a buscar a melhor parte da história, é nela que encontrará a melhor cognição. Não a que foi oferecida primeiro ou por último, a melhor cognição da melhor parte da história para a melhor intervenção.
Quando o tempo da sessão vai chegando ao fim pode vir o desespero:- Esta sessão não foi a melhor sessão que realizei, eu não fiz a minha melhor intervenção, e não sou o melhor terapeuta!
O terapeuta poderia comparar a sua sessão com outras que já realizou, mas ele as desconsidera, compara apenas com a mais perfeita que ainda não aconteceu (sem saber que ela nunca vai acontecer).
Há a possibilidade dele crer que o paciente também não fez a melhor explanação, nem ofereceu a melhor colaboração.
O terapeuta espera o evento melhor, ou seja aquele que ainda está por acontecer. Como o futuro não termina e ele não delimitou seu campo de comparação, permanecerá na esperança do próximo evento (ou seja esta cognição será acompanhada de emoções positivas). E, caso, tente escolher um evento já conhecido suas cognições ansiogênicas contribuirão para um estado de incerteza acompanhado de comportamentos de hesitação ou esquiva, típico dos esquemas de vulnerabilidade (secundário) e incompetência (primário) : - "Eu deveria ter esperado a melhor parte, vou me dar mal, confirmarei minha incompetência".
O modo dicotômico de pensar não o permite integrar suas informações atuais com as do passado ou do futuro.
Para onde olhar?
Para o evento mais recente, mais próximo do presente, analisando as cognições que o paciente o avaliou.

Perfeccionismo e o vestibular


Segundo minha experiência clínica: Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado.P = NEC> : NR<
Na situação de vestibular, tenho observado a presença do perfeccionismo. Vejamos:
O vestibulando deve ter como meta: mostrar os seus conteúdos no vestibular para a universidade escolhida.
Como primeira sub meta: ele deve aumentar o seu enfrentamento pessoal investindo na qualidade de sua competência quanto a assimilar conteúdos que vão aumentar a possibilidade de alcançar a sua meta. E permitir-se receber a contribuição de seus resgates: professores, familiares, amigos, materiais didáticos, etc. Sua segunda sub meta deve ser escolher a melhor estratégia para mostrar esses conteúdos na universidade escolhida que o avaliará aprovando-o ou não.
Mas, onde ocorre o perfeccionismo?
Ocorre quando ele não prioriza esta meta de mostrar os seus conteúdos na universidade escolhida. Mas, investe em uma meta onde tem um papel colaborativo e passivo, que chamo de meta equivocada ou fracassada.
Meta equivocada: - Quero ser aprovado na universidade que escolhi.
Sub metas equivocadas: 1 - Descobrir o conteúdos das avaliações e seus critérios.
2- Descobrir o nível dos candidatos e superá-los.
Resultado: O vestibulando foca sua atenção em descobrir informações que ele não tem e não terá, mas que ficará imaginando-as no nível mais alto possível, um nível inalcançavel.
Essas imaginações poderão gerar cognições que podem ser analisadas de acordo com sua tríade cognitiva ativando seu esquema primário: - EU sou incompetente, o MUNDO é exigente demais e o meu FUTURO não será bom. Mas, suponho que se eu estudar até saber tudo então vou ser aprovado no vestibular e comprovarei a minha competência. Desta forma, no vestibular, sua estratégia será checar cada questão procurando identificar o que não sabe, ao invés de focar no conteúdo conhecido, querendo resolvê-la a qualquer custo; sem gerenciar o tempo de modo a responder as demais questões da avaliação.
O perfeccionismo é assim. A pessoa se ocupa do futuro perfeito refletindo sobre quais os contéudos que deveria saber para ter sucesso no vestibular e não se atualiza ou desvaloriza os conteúdos já assimilados até o presente. Ela desperdiça o seu tempo pensando no que não foi conquistado.
Ela pensa como pode fazer para ser aprovada e não o que tem para mostrar e ser avaliada.