TCC 2015

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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

A raiva reforça a crença de ser injustiçado e fraco


Pessoas com raiva são movidas pela cognição de que estão tendo suas regras violadas e que isto implicará em uma ameaça ou uma perda.

A namorada que acreditou que o namorado chegaria as 20 horas estará tranquila até esta hora, mas poderá ficar intranquila a medida que ele demora. Ela tem uma regra de que horários devem ser cumpridos e pode entender que o atraso significa uma desconsideração com sua regra. Esta desconsideração implicaria no fato dela pensar "ele não está mais interessado em mim, vou perdê-lo. Ficarei sem namorado, não serei mais estimada e isto me deixará infeliz". Portanto um atraso é muito grave. E concluindo poderá pensar que "tudo isto não teria acontecido se ele não tivesse dito que chegaria no horário, se tivesse sido justo, sincero e honesto comigo. Ele não devia fazer isto comigo, não se faz isto com quem se gosta".

Esses pensamentos de irritabilidade poderiam ser vistos como uma oportunidade para que ela examisse se as implicações que imaginou são cabíveis literalmente ao contexto ou estão superdimensionadas por erros cognitivos.

Os pensamentos ansiosos revelam suas idéias de que o namorada que deveria ser um resgate passou a ser uma ameaça ao seu bem estar; ameaça que não suporta e não tem recursos para enfrentar.

Paul Salkovskis apresentou sua fórmila contra a ansiedade e enfatiza que podemos ter idéias distorcidas quanto a dimensão da ameaça e dos recursos para enfrentá-la.

Os pensamentos tristes revelam idéias sobre perdas que estamos tendo ou ganhos que estão nos faltando e que poderão nos levar à infelicidade.

Aaron Bech aponta que as idéias de perda ou de falta podem ser produtos de um viés negativo superdimensionado que desenvolvemos como padrão ao processar, avaliar o real.

A emoção de raiva é uma experiência subjetiva vivenciada pelo nosso organismo geralmente de forma intensa. A percepção desta experiência pode nos dar a uma idéia de certeza quanto as nossas cognições evidenciadas automáticamente sugerindo-nos comportamentos proporcionais que podem chegar a alta agressividade e disfunção social, interpessoal e intrapessoal.


Entrar de cabeça na raiva, na irritabilidade, esbravejar, agredir é improdutivo e atrasa, principalmente o nosso aprimoramento pessoal.


Arnaldo Vicente

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Cognição x comportamento na Educação.



Tenho conversado com professores que tem aplicado a educação formal, nas escolas, e quando diante das dificuldades com alunos que têm condutas diferentes da maioria da turma, têm demonstrado um padrão de intervenção focando os comportamentos de seus alunos sem conseguir resultados de modificação comportamental. Não vejo surpresas nos resultados insatisfatórios, uma vez que entendo que essas intervenções são superficiais. A mudança comportamental é um bom indício de critérios de chegada, de gerenciamento de um sintoma imediato, mas não de reestruturação. É preciso enveredar por um caminho diferente, o caminho das cognições que questiona o problema a partir das crenças, da meta e da percepção imediata do alunos. Não se toma medidas comportamentais sem o aval do esclarecimento esquemático do aluno. Sua meta não é errada é apenas inadequada e sua capacidade não é insuficiente está apenas sintonizada com a meta inadequada. Utilizar intervenções comportamentais imediatas pode colaborar para uma interpretação antagônica e injusta, provocando a raiva e a agressão, corroborando esquemas disfuncionais.


Desenvolver atitudes cognitivas em si é um bom começo para ensinar atitudes cognitivas aos alunos. Pode ser difícil no início, mas só no inicio.

Arnaldo Vicente

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Segredos de ser amigos.


Amigo eu sei que sou quando ao sentir-ime frustrado eu procuro saber se minhas expectativas eram conhecidas por ti; amigo eu sou quando percebo sua falha, mas também sua iniciativa e capacidade de caminhar, mesmo não tendo ainda chegado na meta.
Amigo eu sei que sou quando não apago o que de positivo já aconteceu entre nós e imagino que o futuro aumenta a probabilidade de entendimento e benefícios.
Amigo eu sou quando me responsabilizo pelas minhas explicações a mim mesmo sobre você.
Amigo eu sou quando descubro que nossa relação precisa mudar e começo essa mudança por mim.
Amigo eu sou quando ouço suas falas contrariadas sobre minhas atitudes e ao invés de aceitar minhas lamentações de vitimização eu procuro ouví-lo sem defensividade ou persuasões.
Amigo eu sou quando percebo que para ser amigo eu tenho melhorado a mim mesmo.
Arnaldo Vicente.

Ética e Sentido da vida



As atribuições que fazemos sobre os eventos são influenciadas e influem na nossa postura frente a vida.
Enquanto não temos consciência do quanto nossas atitudes podem proporcionar bem estar a nós e ao ambiente temos uma tendência a dirigir o nosso foco para as nossas necessidades primárias de amparo e afeto. Sentimos falta, necessidades e reagimos prontamente de modo a providenciar a nossa satisfação.
Na medida que crescemos tomamos contato com a nossa limitação em ser correspondido prontamente em nossas necessidades; não somos 100% competentes. Aprendemos que temos que esperar e tolerar a sensação da falta e descobrir que na maioria das vezes ela é passageira e limitada. Quando este aprendizado não ocorre, principalmente de acordo com as expectativas alheias, nos sentimos violados e nos tornamos intolerantes e então podemos acreditar que para continuarmos sendo amparados e estimados precisamos ser adequados.
Em seguida descobrimos que também as pessoas apreciam serem amparadas e estimadas, passamos a ter consciência de nossos poderes de influência, persuasão e promoção ao bem estar do outro. Neste momento o nosso aprendizado adquirido na relação com nossos cuidadores, passa a ser expressado em nossas atitudes interpessoais. São imitações comportamentais movidas pela cognição de: - "Assim é o certo, assim que dá certo". Emprestamos as atitudes alheias e aos poucos vamos adaptando às nossas próprias cognições: -"Esta dá certo, esta não" .
Utilizamos o egocentrismo onde somos o centro do mundo e as pessoas podem nos servir se soubermos como agir. Somos 100% competentes e quando algo não dá certo nos sentimos incompetentes ou sabotados pelo outro que nos acham inadequados ou não estimáveis. Pensando assim implementamos estratégias de maior controle e pressão: impressionando, ameaçando, ignorando, chantageando ou agredindo. É a luta do SÓ EU contra o mundo, vale tudo e sem nos dar conta saimos do egocentrismo para o egoísmo.
Nossas necessidades aumentam, elas são um fluxo contínuo vital. Nos damos conta que por mais que nos bastemos ainda é pouco; o outro ainda continua tendo um importante papel na busca da satisfação pelas nossas necessidades. É neste momento que podemos ter cognições de que a vida é uma ameaça da qual não damos conta (ansiedade generalizada), ou que não adinta mesmo se esforçar (depressão) ou, ainda, acreditar que o melhor mesmo é desistir por que viver é insuportável (ideações ou comportamentos suicidas).
Neste movimento podemos visualizar o quanto podemos ser influenciados pelas atitudes dos outros quanto a formação de nossas próprias idéias, valores e princípios sobre o qual o sentidoda da vida e qual a melhor forma de proceder para se direcionar no sentido escolhido.
As distorções nos levam ao vazio e a falta de sentido, é apenas uma questão de tempo; e também nos confundem quanto ao que é ético nesta busca.
Conheça nossos bloggers e
Arnaldo Vicente.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

PANs colocam pimenta nos filmes.


Estou assistindo o filme Garganta do diabo (13 ago 07)

A delegada diz: - O senhor o irritou.

O vilão do filme queria as coisas do jeito dele e tinha várias regras para os outros, quando não era correspondido ele agredia o "infrator".

O vilão tinha regras pessoais que se não fossem seguidas ameaçariam a sua estabilidade.

As regras existem para atender a necessidade de se auto defender. Ou me defendo ou sou violado e destruído. Devo defender-me a qualquer custo. O outro quer me agredir, portanto pode ser agredido.

Estes são os PANs que geralmente permeiam a mente das pessoas que tem um transtorno de personalidade social.

O filme mostra o que o vilão faz e como será vencido pelo protagonista, que durante todo o filme foi mostrado como uma pessoa centrada que verificou e encontrou Evidências Contra o PAN de que ele estava violando uma pessoa inocente; e sugerindo que estava tendo uma atitude inadequada.

Será que ao final do filme ficará claro o quanto os PANS contribuiram para a formação do perfil anti social do vilão?

O vilão precisa consertar seus pensamentos?

O problema não é se utilizar dos PANs, mas sim não enfatizar sua presença e como ele foi desafiado e flexibilizado.

Arnaldo Vicente

domingo, 12 de agosto de 2007

Ninguém olha o mundo com os olhos do outro.


A relação entre pais e filhos é uma relação íntima, ou seja, de muitas expectativas entre ambos. Os pais torcem para que seus filhos sejam estimáveis, adequados, capazes e fortes e os filhos esperam ser compreendidos pelos pais quando não atenderem totalmente suas expectativas.
Quando os filhos correspondem a relação segue tranquila, quando os filhos são compreendidos por não corresponderem a relação continua tranquila.
Pais de filhos pequenos compreendem mais as frustrações, pois imediatamente justificam os resultados dos filhos como específicos, passageiros e não intencionais. Podem pensar: - "Daqui a pouco será exatamente como eu quero".
Filhos pequenos também aceitam melhor quando não são compreendidos, embora depois de uma boa birra, porque são mais otimistas nesta fase.
Mas, na medida que as crianças demonstram maior domínio as expectativas aumentam e tornam-se regras e os fracassos podem ser considerados intencionais, gerais e permanentes, causando grandes danos na relação.
Pais agem como se tivessem sido desconsiderados totalmente os filhos podem reagir com indignação ou depressão.
É preciso que pais lembrem-se que as expectativas são sonhos, metas, desejos apenas imagináveis, ou seja, mesmo que importantes elas são apenas hipóteses criadas em sua mente ou em seu coração.
Não há problemas em desejar, torcer, querer e até colaborar para que as hipóteses se concretizem, mas não podem tornarem-se exigências ou regras condicionais para os filhos.

Esses conflitos são decorrentes de PAns, pais e filhos podem entenderem-se melhor se verificarem a presença de PANs; que nesta questão podem ser muitos, exemplo:
PAN de generalização: o fracasso não ocorreu ou está ocorrendo em todas as situações da vida.
PAN de catastrofização: o fracasso ocorreu e pode ter ocorrido, mas nada garante cem por cento que continuará ocorrendo no futuro.
PAN de personalização externa: o outro tem 100% responsabilidade pelo erro cometido.
PAN de Leitura mental ou Inferência arbitrária: o desejo de errar já era conhecido, mesmo que a pessoa jamais tenha falado.
PAN Autoritário ou ele deve: a pessoa tem a obrigação de pensar, sentir e agir como eu penso, sinto e ajo.

As Evidências Contra esses pans na relação entre pais e filhos existem, e são muitas:

"Filhos não sentem como os pais e pais não sentem como os filhos, existem diferenças cognitivas e tmbém na intensidade emocional e biológica, entre outras".

"Ninguém olha o mundo com os olhos do outro".

Bibliografia recomendada: Aprenda a ser otimista de Martin Seligman.

Arnaldo Vicente