TCC 2015

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sábado, 8 de março de 2008

Reflexão e Opinião: - Amor: é possível ser comprovado?


Não.
O amor é subjetivo e individual, percebido e avaliado apenas na fonte, ou seja, pelo sujeito em quem ele brota. Cabe ao sujeito, se quiser, relatar o que só ele pode contatar, seu sentimento.

O sujeito pode estar relatando o amor, mas o amor relatado nunca será o mesmo sentido e muito menos percebido pelo outro. Ou seja, a primeira interferência no fenômeno se dá pelo próprio sujeito que na impossibilidade de "dar" o amor como sente, estará apenas relatando o que sente. A segunda interferência é a de quem ouve o relato com o seu idiossincrático modo de ouvir para conceitualizar e sentir.

O amor percebido é um fenômeno alterado talvez por isso gere tanta desconfiança e desespero naqueles que tentam possuí-lo. Não se possui um pássaro liberto, e se for possuido ele já não será mais ele mesmo, mas sim um espectro de si mesmo.

Tenho conhecido muitos pacientes que sofrem por ciúmes tolerável e ou patológico.
Acham que o amor do outro é da sua conta. Acham que deviam ter a dimensão concreta, mensurada do sentimento do outro. Acham que é possível seduzir, solicitar, pressionar, controlar, manipular algo que nunca poderão sentir...o sentimento do outro. Não percebem que também o outro tem esta limitação.

Equivoca-se o que pensa que passará o amor e não apenas o relato do amor, e também o que acredita que terá o amor e não apenas o relato do amor.

É uma interminável e depressiva espera; a prova de que a meta foi alcançada jamais existirá.

É possível cobrar dívidas concretas que serão pagas com provas concretas: promissórias, cheques, dinheiro, etc. Quando o pagamento é feito não fica dúvidas. Mas o amor não é uma dívida é uma dádiva.

Ao perceber-se amando e esforçar-se em relatar e mostrar esse sentimento o mais próximo possível do concreto ao outro o amante estará fazendo o seu máximo, exercendo o máximo da capacidade humana de transmitir o fenômeno inerente do amor.

Desista de pegar o amor confie nos frutos dele, pois é apenas o que lhe resta. O relato e as ações podem ser frutos do amor; podem, mas ninguém poderá garantir que é, apenas aquele que o sente. E se esta pessoa é digna de sua confiança então é possível que haja amor, pois o mais valioso fruto do amor é a confiança. Não a dele, mas a sua, a que você sente e aposta.

Acreditar em relatos do sentimento sempre será um risco, mas o risco maior é nunca acreditar!

O copo está cheio ou vazio?


Dirão os realistas: - Está na metade, nem vazio e nem cheio. Uma fala fundamentada na visão que considera o aqui agora.
Dirão os pessimistas: - Está quase vazio e vai acabar! Uma fala fundamentada na visão que considera o futuro catastrófico, que gera ansiedade.
Dirão os otimistas: - Está quase cheio e vai transbordar daqui a pouco! Uma fala fundamentada na visão que considera o futuro promissor, que gera esperança.

Exame baseado em evidências:
Os realistas conseguirão comprovar o que estão dizendo imediatamente.
Os pessimistas e otimistas não conseguirão comprovar de imediato, mas manterão suas previsões devido ao seu alto nível de confiabilidade.

O que os pessimistas e os otimistas têm em comum?

- Ambos têm um nível de confiabilidade muito alto. Ambos confiam em suas previsões e investirão suas energias e disponibilidade considerando-as como verdadeiras; ativados pelos seus esquemas.

No caso dos otimistas saudáveis suas esperanças o motivam na direção de suas metas.
No caso dos pessimistas suas previsões catastróficas os mantém em constantes movimentos de defesa para diminuir sua vulnerabilidade cognitiva; comprometem seu bem estar e são candidatos ao estresse nas fases de quase exaustão e exaustão.

Uma investigação sobre o futuro baseada em evidências poderá diminuir a possibilidade de fracasso.

Evidências a serem investigadas:
- de viabilidade (são estratégias possíveis?),
- de produtividade (estão adequadas a capacidade do sujeito?)
- e de funcionalidade (há grande possibilidade de alcançar a meta programada?).

O questionamento socrático onde perguntas levam a auto-investigação com valência emocional é uma técnica recomendável na investigação das evidências.

devemos sempre lembrar que mesmo as questões mais óbvias para nós não têm a mesma valência emocional para o outro que estará funcionando num plano mais racional; o que muitas vezes leva-nos a ouvir que o outro entendeu, mas não compreendeu (ou vice-versa).

Exemplo: Quando você diz que este copo ficará vazio como você imagina que isto acontecerá?