A senhora K recebeu um telefonema sendo cobrada por sua amiga:- Eu disse à você que devíamos tomar uma atitude no bairro, a atitude não foi tomada e outras pessoas a tomaram. Fizeram antes de nós e serão reconhecidos por isto!
A senhora K, ficou triste de imediato, seu pensamento foi: - Eu não tomei mesmo a atitude que ela esperava. Errei, falhei mais uma vez!
A senhora K percebeu que estava ficando triste e detectou um movimento que já conhecia (primeiro se sentia cobrada, depois culpada, depois triste e desanimada, culminando com a idéia depressiva de que por mais que tentasse acertar não conseguiria, não adiantaria, sempre acabaria como a pessoa errada.).
As evidências mostravam que não era de sua responsabilidade a atitude cobrada, mas sim das pessoas do bairro, inclusive da reclamante. Que muito falava e pouco fazia.
Seu pensamento alternativo foi:- Mais uma vez eu estou justificando a atitude de alguém (com uma falha que não tive) para ser aprovada e não criticada. Deixando de enxergar que está havendo uma "folga", um abuso da pessoa em relação a mim.
A senhora K sentiu-se incomodada também com a idéia de abuso. Sabia que não era a única responsável (personalização interna), mas a incomodava pensar que apenas os outros eram responsáveis (personalização externa), afinal também fazia parte do bairro. A senhora K concluiu que não era uma crítica e nem um abuso. Então lembrou-se que a meta dos moradores do bairro era a união de todos para uma melhoria que os beneficiassem. A questão não era quem estava errado, mas sim o quê poderia ser feito para alcançar a meta; talvez sua amiga estivesse nervosa naquele momento e tenha apenas se preocupado com a meta para pedir-lhe ajuda.
A senhora K percebeu que, mais uma vez, estava avaliando a situação de modo radical, ou tudo ou nada.
Muitas vezes analisamos as situações de modo extremo e categórico, sem perceber que entre os dois polos existem outras considerações a serem feitas com flexibilidade. Acreditamos de imediato nos pensamentos automáticos que afloram em nossa consciência e somos afetados emocional - comportamental - física e socialmente por eles.
Como se libertar dos extremos?
Perguntando-me: - Qual é a minha meta nesta situação?
Perguntando ao outro:- Qual é a sua meta nesta situação?
Não caminhe em direção alguma sem saber qual a sua meta de chegada; a não ser quando sua meta for andar, apenas andar.
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