Eu tenho poder de perceber toda a minha subjetividade de um modo apenas relatável; não há como o outro entrar em contato com o fenômeno que eu vivencio através da minha meta coognição. Só eu sou capaz de decodificar o significado e resignificar minhas vivências. Elas me impressionam e eu tenho impressões sobre elas. É assim que sentimentalizo-as, dou valência emocional para elas, e as compreendo desejando reencontrá-las ou evitá-las. É assim que vou formando minhas conclusões sobre o que preciso e onde gostaria de chegar.
Posso entender minhas necessidades como problemas e minhas realizações ( o que aprendi que me faz bem) como minhas metas. E tudo isto ocorre no meu interior, naturalmente inacessível ao outro. É assim comigo e também com o outro.
E mesmo assim ainda existem indagações como estas: - Eu tenho poder sobre mim? Eu tenho poder sobre os outros? O outro tem poder sobre mim? O outro tem poder sobre ele?
Algumas pessoas dizem que a resposta é relativa, que temos um pouco de poder sobre o outro e outro sobre nós. E até tentam exemplificam; tentam, mas não provam. Como disse Aaron Beck, as situações não determinam o que pensamos, sentimos ou fazemos. O que pensamos é o que mais conta, ou seja, eu determino. O outro, "apenas", faz parte da situação.
É possível discordar, mas e comprovar?
Arnaldo Vicente
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