TCC 2015
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Trabalhando com pans de depressão:
Relato do paciente J:
- Estou muito triste, parece que tem uma nuvem preta sobre meus olhos, meu corpo parece travado e se fico sem uma ocupação física fico angustiado. Minha atenção e concentração está cada dia mais difícil, estou muito cansado. Meu casamento vem com dificuldades e agora minha esposa diz que está com o saco cheio de mim, que eu nunca vou mudar e há meses não sente mais vontade de ter intimidades comigo.
Meu pensamento é de que ela não quer mais nada comigo, e isto me deixa muito triste.
Na terapia estou aprendendo que nem tudo que penso é totalmente verdade, mas fico muito mal quando vejo que ela não está mais próxima, está bastante mal humorada e não toma iniciativas de aproximação e para piorar tem as falas dela. Não tem como não acreditar que ela quer se separar de mim.
Aprendi, também que é preciso olhar para a situação considerando os dois lados: negativo e positivo. Estou tentando. Agora estou lembrando que ela tem voltado a conversar comigo, não tem se desviado de pequenos carinhos, tem aceitado alguns cuidados de minha parte para com ela. Tem até dado algumas risadas comigo. Tem dito que agora está mais verdadeira e não faz tipo para me agradar. Também lembro que ela diz que sou meio catastrófico e que tudo me abala, que dou uma conotação pior de que acontece.
Pensando assim percebo que realmente tenho uma tendência em ver as coisas mais negras do que estão de fato. Talvez por ter um jeito de querer que as coisas ocorram logo do meu jeito; ou que me ofereçam garantias quando elas vão demorar para acontecer.
É incrível perceber que até numa situação ruim eu até consigo piorá-la; é triste, mas ao mesmo tempo consolador pois pelo menos não piorar depende de mim. Já não estou tão mal, estou um pouco menos assustado e mais encorajado em continuar na minha meta de ter uma família feliz.
O paciente J está em depressão moderada e os desafios de pans o ajudaram a diminuir sua desesperança, contribuindo para o engajamento em algumas mudanças comportamentais. Sua auto estima revela traços de dependência, o que o torna mais catastrófico e vulnerável a uma hipotética crença de não estima. Pessoas dependentes acreditam que só alcançarão suas metas se receberem o cuidado de terceiros.
Arnaldo Vicente - Terapeuta Cognitivo especialista em TC.
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