TCC 2015

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Quando as pessoas regem a vida de alguém.

É possível acreditar que as pessoas tem mais poder que você, que todas elas saibam sempre o que é o certo? Que todas elas estão mais preparadas para ter sucesso que você? Que todas elas estão de olho em você, sempre que você aparece? Que todas elas vivem julgando você? Que todas são perfeccionistas e intransigentes? Que são negativas e destrutivas? Que têm muito valor e muitos conteúdos para oferecer à você, desde que você passe no exame de avaliação rígido que sempre estão dispostas a fazerem em relação à você?

Sim, é possível acreditar que possam reprovar você? Isolar você? Não acolherem você? Rotularem suas atitudes como INADEQUADAS.

- Isto é terrível, não posso deixar que isto aconteça! (Disse a senhorita Z, no início de dezembro de 2007.)
- É por isto que estou sempre alerta me policiando para não fazer besteiras nem dar motivos para que falem de mim.
- Quando me elogiam respondo de imediato que não sou bem assim como estão dizendo. Outro dia elogiaram o meu cabelo. Respondi que meu cabelo tinha pontas quebradas. As pessoas querem agradar e não falam sempre a verdade, se acredito posso me dar mal depois.
- Evito festas e reuniões.
- Cuido da minha pele e do meu corpo; não quero dar motivos para que reparem em mim. Não tiro fotos, não ponho biquini. Evito aparecer ou me destacar.

Como podemos ver a senhorita Z, parece acreditar que conhece bem as pessoas, que sabe quais os pensamentos e sentimentos que elas têm o tempo todo. No entanto, não consegue apontar qual pessoa está pensando o quê, por qual razão, para qual finalidade. Ela diz: - Só de pensar que me julgam já fico apavorada e me protejo, me isolo...

Quando a senhorita Z tomou contato, na psicoterapia, com o ABC de Beck e seus ERROS COGNITIVOS, ela se encorajou e passou a não fazer mais LEITURA MENTAL, PERSONALIZAÇÃO, HIPERGENERALIZAÇÃO, CATASTROFIZAÇÃO E MAGNIFICAÇÃO/MINIMIZAÇÃO.

Depois de umas férias, a senhorita Z voltou para sua quarta sessão. Seu desempenho funcional pode ser comprovado de imediato. Logo que entrou em minha sala abriu um albúm de fotos, no qual aparecia em mais de sessenta por cento das mesmas. Entusiasmada enfatizou: - Eu não acredito mais que devo viver de acordo com o que EU imaginava que os outros pensavam sobre mim.

- Não sei o que pensam, não sei porque pensam ou para qual finalidade. Isto é problema deles. Eu sei o que eu penso e eles não parecem preocupados em não saberem o que vai na minha cabeça.

- Estou muito feliz. Eu pensava que ia ficar aqui (na terapia) um ano, mas hoje percebo que todos os problemas estavam ligados a uma só razão que era a preocupação com o julgamento dos outros (inadequação). As vezes me pego pensando como antes, mas na hora não acredito mais e fico bem. Será que ficarei bem para sempre?

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