TCC 2015

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Desafio 2: Como estou usando a TC para a manutenção do meu peso, depois da dieta da sopa.


Como estou usando a TC para a manutenção do meu peso, depois da dieta da sopa.

29 de janeiro de 2008 - terça-feira, 16 dias depois da dieta da sopa: - Continuo com 76 e 400grs. Estou comendo o que comia antes, mas tenho dado preferência aos sucos, legumes, frutas e àgua; diminuindo carnes, arroz e feijão.

Alimentação cognitiva: - As vezes, quando estou comendo observo que já estou preparado automáticamente para comer uma determinada quantia e que ao pensar em comer menos vem o pensamento:- Não vai ser legal, não vou gostar de comer menos (leia-se: não vou aguentar, o desconforto será insuportável). É um PAN que não se comprova, o mal estar fica de dois a cinco minutos e em seguinda sou preenchido por uma satisfação de ter conseguido me direcionar para minha meta de manutençã de peso. Estou de parabéns!
Exercícios: - Tenho feito bicicleta ergométrica e esteira.

14 de janeiro de 2008 - Segunda-feira: - Hoje foi muito tranquilo, até tomei um pouco da sopa que sobrou. Delícia!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Desafio 01: Como estou usando a TC para emagrecer com a dieta da sopa.



Monitoração Diária de Pans e dos comportamentos durante a minha Dieta da Sopa.


13 de janeiro de 2008 - domingo:
Proposta: 7ºdia: Sopa + arroz e suco de frutas: dê preferência ao arroz integral e aos sucos sem açúcar e legumes à vontade. Tome a sopa uma vez ao dia.
00:00 hs, no jantar de formatura da minha sobrinha. Pois é, inicio este último dia da Dieta da sopa tendo um jantar especial pela frente. Posso afirmar que minha meta de emagrecer já foi alcançada, cheguei em 76 kilos e 400 gramos, são cinco kilos e 300 gramos a menos e estou me sentindo muito bem, portanto estou negociando a seguinte proposta no jantar:
- Comer para atender a fome e não a ansiedade de comer levado pelo argumento de que não há jantares especiais todos os dias. Posso lembrar que tem muitas coisas boas que não fazemos todos os dias e não ficamos ansiosos. Durante o dia executar a dieta.
No jantar foi tranquilo, pois não era um jantar, mas tábuas de frios e pães. Comi alguns pedaços de queijos (variados) e poucos de pães; meio copo de cerveja e meio de vinho; coca light e muita àgua.
De manhã, em casa: suco de uva.
Almoço: arroz integral, legumes e sopa.
A tarde: sucos.
Jantar: sopa, legumes e suco.

Auto-conceito: Muito bom, muito feliz e satisfeito pelos resultados obtidos. Sou capaz e posso continuar me cuidando.

12 de janeiro de 2008 - sábado:
Proposta: 6ºdia: Sopa + bifes e legumes: coma até 3 bifes grandes e legumes na quantidade razoável. Tome a sopa uma vez ao dia.
De manhã, em casa: café. Não sinto fome. Minha ansiedade também diminuiu. Meu enfrentamento parece bom.
Almoço, em casa: sopa e carne. Muito gostoso.
A tarde, no clube: tomate e água antes do esporte. Pepino e àgua depois do esporte.
Jantar: sopa sem o acompanhamento da carne e legumes. Deixarei como crédito para o jantar de logo mais.
23:30 hs, no jantar de formatura da minha sobrinha. Pois é, logo no final do penúltimo dia tenho um jantar especial pela frente; Pretendo fechar este dia com disciplina e com crédito da carne e legumes, já que amanhã não tem carne. Nada de permissões diferentes hoje. O resto conto amanhã, a partir da 00:00 hs.

Auto - Conceito: Muito bom. Fui muito bem nestes seis dias e coerente com a minha meta. Estou confirmando que o excesso de alimentação está ligado a falta de uma meta clara e prioritária. É como se estivesse andando em uma direção não estabelecida e improdutiva, sendo que este movimento pode gera um estado de confusão interna interpretado como instável, ameaçador e vulnerável. Ou seja sem metas clar as estratégias comportamentais são confusas e não pragmáticas.

11 de janeiro de 2008 - sexta-feira:
Proposta: 5ºdia: Sopa + bifes e tomates. Comer de 280 a 400 gramas de bife e 2 tomates médios ou 3 tomates pequenos, frescos e firmes. Beba de 6 a 8 copos de água. Tomar a sopa uma vez ao dia.
De manhã, em casa: sem fome. No CTCBauru: um cafézinho. "Estou sem fome".
Almoço, em casa: Carne! Tomate e soopa!
Tarde, no CTCBauru: um tomate.
Jantar: Sooopa e tomate.

Auto-conceito: Bom demais! Estou indo muito bem e me descobrindo como uma pessoa muito disciplinada. Agora a noite, cheguei em casa e tinha familiares tomando um lanche e nem pensei em acompanhá-los (no lanche); depois fui levar meu filho e sobrinha na minha sogra, para aniversário do meu sobrinho, tinha bolo e coxinhas fresquinhas, digo quentinhas; levei-os e voltei para casa, que ninguém é de ferro! Meu peso? 77 kilos e 400 gramos! Antes? 81 kilos e 700 gramos. Ou seja: emagreci 4 kilos e 300 gramos. Disciplina é liberdade! Estou fazendo o que eu quero!

10 de janeiro de 2008 - quinta-feira:
Proposta: 4ºdia: Sopa + banana e leite desnatado: coma até 8 bananas e quantos copos de leite desnatado quiser, mais a sopa.

De manhã: 02 bananas e um copo de leite, café e àgua. "Será que só 08 bananas e leite vai me deixar bem? ...ops...esqueci que tem a sopa também! Ok.
10:00hs, CTCBauru: uma banana e um copo de leite com café. "Estou bem."
Dei uma volta e vi o Habib´s, senti saudades daquelas esfirrinhas abertas de calabresa, queijo... Que logo encontrarei novamente, sem exageros.
Almoço, em casa: Sopa (eu, esposa, filho e cunhado), duas bananas (faltam 03) e um copo de leite."Todo mundo entrou na sopa lá em casa e adorou, o tempero que a minha esposa fez ficou delicioso. A temperatura está alta, mesmo assim foi bom."
17:00hs, no CTCBauru: banana (6), leite e sopa. "Que calor!"
Jantar: sopa e vitamina de banana (7) com leite. Uma banana (8) e um copo de leite.

Auto-conceito: Ótimo, posso fazer coisas que pareciam difíceis, o segredo é não perder a motivação para a meta; enxergar os sinais de que estou no caminho certo para a meta e vivenciar um bem estar a cada dificuldade que se mostra, perceber as próprias cognições automáticas (metacognição) e lidar com elas. Nas cognições de ansiedade combater os pans de imediato e registrar como a previsão do fracasso estava errado. Hoje comentei com meu filho Vinícius como estava ficando claro a diferença em vivenciar o estado de FOME do estado de VONTADE DE COMER. No primeiro a manifestação é orgânica e é imperativa, no segundo o organismo nem consultado é quanto a estar com fome ou saciado."


09 de janeiro de 2008- Quarta-feira:
Proposta: 3ºdia: Sopa + frutas e legumes: tome e coma quanta sopa, legumes e frutas desejar.

00:45hs: Uvas e àgua de côco. - "Que delícia, é bom adoçar a boca! Vou dormir."
De manhã: muita àgua e café.
As 10:30hs, no CTCBauru: Tomates, ameixas e maçã. "Que delícia!". Minha cintura que era de 99cm já foi para 96cm. Estou mandando bem!
"Antes do almoço lsenti leve tontura e me deu uma sensação de que poderia não estar fazendo algo bom. Refutei lembrando da meta, dos benefícios e do bem estar que senti na maior parte do tempo. Conclui que estou fazendo algo para o meu bem. Fiquei disposto a continuar."
Almoço, em casa: Sopa, cenouras, beterraba, hinhame, couve-flor, tomata, alface e as frutas; manga, uva, melancia e ameixas vermelhas.
Ao chegar para o almoço senti um cheirinho bom de peixe merluza. "Que pena, é tão bom! Refutei: é mesmo bom, mas poderei comer em outro momento. Fiquei bem e almocei."
A tarde, no clube: uvas, melancia, abacaxi, ameixa, pera e mamão. Muita àgua.
Jantar: Sopa, tomates, pepino, cebola, abobrinha. Manga, chá verde, ameixa e mamão.

Auto-conceito: Boa notícia: perdi mais 1Kilo e 200 gramos.
Estou gostando do meu desempenho, percebi que tenho um esquema comportamental onde já estou habituado a agir automáticamente em algumas situações sem questionar a meta e o benefício do comportamento automático.
Exemplo: No clube toma-se cerveja, come-se churrasco e conversa-se e ri muito; no mercado compra-se coisas gostosas como pizza, queijos, etc.
Porquê? Por que eu gosto de coisas gostosas.
Para quê (para qual meta)? Não sei...(é a primeira resposta). A meta não ficou clara, talvez porque seja fruto do esquema de vulnerabilidade: faço e fico menos ansioso, menos vulnerável. Lido bem, sou capaz (esquema primário de competência)!

***
08 de janeiro de 2008 - Terça feira:
Proposta: 2ºdia: Sopa + todos os legumes: tome a sopa, com legumes crus ou cozidos e folhosos. Não consumir feijões secos, grão de bico, ervilhas e milho. Jantar pode comer uma batata grande cozida com manteiga. Lembre-se: hoje não coma frutas.

Acordei bem consciente dos resultados que alcancei e confiante em dar continuidade na meta.
De manhã, em casa: Café.
As dez, no CTCBauru: tomates e cenouras cruas. "Que delícia, lembrei que fazia isto na infância."
No almoço em casa: Sopa, cenouras, mandioca e mandioquinha cozidas, quiabo, beterraba e café.
A tarde no CTCBauru: sopa com mandioquinha, cenouras, tomate e cenoura crua.
A noite: Sopa com mandioquinha e cenouras cozidas.

Auto-conceito: Continuo conectado a meta e confirmando que estou indo muito bem. Recebi uma injeção de ânimo quando fui me pesar e verifiquei que já perdi 2 kilos exatamente!
***
07 de janeiro de 2008 - Segunda-feira: dia mundial do regime (será que há evidências contra?)
Resolvi que está na hora de sair dos meus 81 Kilos e 700 grs. Pensei que é um bom momento nos meus 50 anos para ampliar o auto-cuidado.

Portanto, o primeiro dia da tão falada Dieta da Sopa:
Proposta: 1ºdia: Sopa + todas as frutas: coma todas as frutas (exceto banana). Melancia e melão tem menos calorias. Para beber: chá, café, suco de uva - sem açúcar e água à vontade.

De manhã, em casa: Café, pessegos, ameixas vermelhas e maça; no CTCBauru: mais pessegos, maça e ameixas.
No almoço, em casa: Três pratos de sopa, uvas, mais pessegos, manga, melancia e ameixas.
Realmente está mais fácil do que parecia.
A tarde no CTCBauru: manga, mamão, pessego e maça.
A noite, em casa: dois pratos de sopas, mamão e muita uva.

Auto-conceito: - Estou de parabéns, sou mesmo capaz de fazer o que é bom para mim. Que bom que posso receber o apoio e o de minha esposa. Ela também está de Parabéns!

O que me ajudou foi que avaliei a situação e vi que é possível vencer este primeiro dia: o que de pior poderia ocorrer, não ir adiante e poder recomeçar. E de melhor? Começar a perder alguns quilos e me sentir melhor. O mais realista: tenho recursos pessoais e de resgate, posso começar.

Um bom exemplo de recurso de enfrentamento é saber que devo diferenciar entre a fome que é um esquema de sobrevivência e a vontade de comer que, para mim, está ligada a um esquema de vulnerabilidade de compensação: "Parece que está faltando alguma coisa e não vou suportar, a não ser que eu faça qualquer coisa que me tranquilize (comer)." Sei que isto não é verdade e que o mal estar é passageiro, posso aguentar sim. Devo me focar nas minhas possibilidades de alimentos, de acordo com as regras para alcançar a minha meta. Gosto de sopas, de frutas e legumes.

Quanto aos resgates: minha esposa também iniciou a dieta comigo. Li a saga do pessoal da Ana Maria Braga que fizeram esta dieta e a entrevista do imunologista Marion Grillparzer.


Ingredientes:
- 1 berinjela média
- 1 nabo médio
- 2 maços de cebolinha verde
- 2 latas de purê de tomates
- 1 maço de aipo ou salsão
- 1 repolho grande
- 1 pacote de sopa de cebola
- 1 cebola média picada
- 3 cenouras médias
- 2 xícaras de vagem picada
- 4 litros de água


Modo de Preparo:

Corte os legumes em pedaços pequenos ou médios e cubra com água. Ferva rapidamente por 10 minutos. Abaixe o fogo e mantenha em ponto de fervura por aproximadamente 40 minutos. Se desejar: tempere a gosto com sal, pimenta, curry, salsa, etc.

Acompanhamento para a sopa

1ºdia: Sopa + todas as frutas: coma todas as frutas (exceto banana). Melancia e melão tem menos calorias. Para beber: chá, café, suco de uva - sem açúcar e água à vontade.

2ºdia: Sopa + todos os legumes: tome a sopa, com legumes crus ou cozidos e folhosos. Não consumir feijões secos, grão de bico, ervilhas e milho. Jantar pode comer uma batata grande cozida com manteiga. Lembre-se: hoje não coma frutas.

3ºdia: Sopa + frutas e legumes: tome e coma quanta sopa, legumes e frutas desejar.

4ºdia: Sopa + banana e leite desnatado: coma até 8 bananas e quantos copos de leite desnatado quiser, mais a sopa.

5ºdia: Sopa + bifes e tomates. Comer de 280 a 400 gramas de bife e 2 tomates médios ou 3 tomates pequenos, frescos e firmes. Beba de 6 a 8 copos de água. Tomar a sopa uma vez ao dia.

6ºdia: Sopa + bifes e legumes: coma até 3 bifes grandes e legumes na quantidade razoável. Tome a sopa uma vez ao dia.

7º dia: Sopa + arroz e suco de frutas: dê preferência ao arroz integral e aos sucos sem açúcar e legumes à vontade. Tome a sopa uma vez ao dia.


Enviada para o programa mais você por:

Ana Maria Braga e Louro José

OS BENEFICIOS DA DIETA DA SOPA - ENTREVISTA COM UM IMUNOLOGISTA: Marion Grillparzer.

1. é mágica ou da pra realmente emagrecer.

Da sim, Temos 6 anos de experiência. Nossos pacientes perdem de 4 a 6 kg em 1 semana e se sentem renovados.
A dieta é pratica e pode ser feita por qualquer pessoa. Pode ser feita também apenas por 3 dias para desintoxicação.

2. é saudável?`
Com certeza. É uma dieta medica Ela aumenta o sistema imunológico e desintoxica o organismo em todos os níveis.
A maioria das dietas bloqueia o mecanismo de desintoxicação. A dieta do Dr. Atkins (proteínas) pode causar artrite, pois os rins não conseguem filtrar.

3. Qual o ingrediente mais efetivo na sopa?
O principal é o repolho. Cada 100 gramas possui apenas 22 calorias. Alem de ser rico em fibras.O corpo gasta mais energia digerindo o repolho , do que recebe através da sopa.
Quanto mais se consume repolho mais calorias se queima.
Alem do mais repolho possui vitamina B12 e C. A carência de vitamina C é uma das causas da obesidade.

4. como amenizar os efeitos causados pelo repolho?
Acrescente na água da sopa um punhado de flores de camomila ou tome chá de camomila.

5. Dizem que toxinas não existem…
Existem. Não da pra ter idéia do que um cachorro quente faz no nosso corpo .
Uma alimentação errada desequilibra os níveis de pH no organismo. O corpo fica mais acido. Sedimentos ácidos se formam. As estruturas das células “queimam” – conclusão - toxinas.

Aparecem o cansaço, a circulação sanguínea é prejudicada. Levando ao aparecimento de reumatismo, artrite e artrose. O corpo armazena uma quantidade enorme de água pra neutralizar a acidez. Por isto algumas pessoas tem uma aparência inchada.

6. João e Maria foram alimentados com doces pela bruxa para engordarem rápido. é verdade que muito doce engorda?
Sim, é uma “engorda “ de insulina.

Carboidrato em forma de cerveja, doces, açúcar e farinha branca elevam os níveis de insulina e “engordam” o fígado. 85% dos alemães tem um “fígado gordo”.
Isso significa que o órgão mais importante do nosso corpo, o fígado, responsável pela limpeza do organismo, não pode trabalhar corretamente. Acarretando diabetes do tipo II e artrite.

Nosso corpo armazena metais pesados e outras substancias tóxicas.A digestão e o metabolismo se tornam comprometidos. A pessoa engorda ainda mais, se instala o cansaço crônico, o sistema imunológico enfraquece, as veias calcificam….levando a um enfarte ou derrame.

7. E como a exatamente a sopa de repolho desintoxica?
A sopa de repolho é uma drenagem em quatro níveis: digestão, sistema linfático, circulação sanguínea e sistema imunológico. Todas as toxinas saem do corpo.

8. A sopa limpa o corpo por inteiro?

Sim cada ingrediente tem um efeito especifico. Os legumes com suas fibras limpam o intestino. Possuidores de substancia imunológicas, como flavonoides, que ativam os anticorpos do sistema imunológico, que “matam” 3 vezes mais “inimigos “ do que normal.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Trabalhando com pans de depressão:



Relato do paciente J:

- Estou muito triste, parece que tem uma nuvem preta sobre meus olhos, meu corpo parece travado e se fico sem uma ocupação física fico angustiado. Minha atenção e concentração está cada dia mais difícil, estou muito cansado. Meu casamento vem com dificuldades e agora minha esposa diz que está com o saco cheio de mim, que eu nunca vou mudar e há meses não sente mais vontade de ter intimidades comigo.

Meu pensamento é de que ela não quer mais nada comigo, e isto me deixa muito triste.

Na terapia estou aprendendo que nem tudo que penso é totalmente verdade, mas fico muito mal quando vejo que ela não está mais próxima, está bastante mal humorada e não toma iniciativas de aproximação e para piorar tem as falas dela. Não tem como não acreditar que ela quer se separar de mim.

Aprendi, também que é preciso olhar para a situação considerando os dois lados: negativo e positivo. Estou tentando. Agora estou lembrando que ela tem voltado a conversar comigo, não tem se desviado de pequenos carinhos, tem aceitado alguns cuidados de minha parte para com ela. Tem até dado algumas risadas comigo. Tem dito que agora está mais verdadeira e não faz tipo para me agradar. Também lembro que ela diz que sou meio catastrófico e que tudo me abala, que dou uma conotação pior de que acontece.

Pensando assim percebo que realmente tenho uma tendência em ver as coisas mais negras do que estão de fato. Talvez por ter um jeito de querer que as coisas ocorram logo do meu jeito; ou que me ofereçam garantias quando elas vão demorar para acontecer.

É incrível perceber que até numa situação ruim eu até consigo piorá-la; é triste, mas ao mesmo tempo consolador pois pelo menos não piorar depende de mim. Já não estou tão mal, estou um pouco menos assustado e mais encorajado em continuar na minha meta de ter uma família feliz.

O paciente J está em depressão moderada e os desafios de pans o ajudaram a diminuir sua desesperança, contribuindo para o engajamento em algumas mudanças comportamentais. Sua auto estima revela traços de dependência, o que o torna mais catastrófico e vulnerável a uma hipotética crença de não estima. Pessoas dependentes acreditam que só alcançarão suas metas se receberem o cuidado de terceiros.

Arnaldo Vicente - Terapeuta Cognitivo especialista em TC.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

OPINIÃO DO LEITOR



Recebemos e agradecemos o email de Ana Carolina:

Caro Arnaldo,
escrevo para agradecer pelas suas postagens no blog; elas têm me ajudado muito a entender melhor a forma de ouvir e ver da TC; tem me ajudado a pensar e analisar as falas e comportamentos do paciente nestes moldes e, assim, tem me facilitado e muito a atuação nas sessões.

Obrigada por este serviço de utilidade pública.

Ana Carolina D. Kley
aluna do curso de especialização do itc - 2007

Dúvidas, sugestões e críticas para arnaldo@ctcbauru.com.br

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

www.oficinadepans.blogspot.com




Acesse nosso novo endereço: www.oficinadepans.bolgspot.com.


Antes era oficina de Pensamentos, agora é OFICINA DE PANs.


Bemvindo!

Mudamos nosso endereço de acesso para um mais fácil de memorizar:


www.oficinadepans.bolgspot.com

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo! Excelente Ano Novo!


Muitas realizações cognitivas e comportamentais!


É o desejo dos nossos mecânicos cognitivos!!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Como eu trabalho PANS de Ansiedade:

Durante o desafio de pans qual pode ser o raciocínio do terapeuta?

Apresento um exemplo e faço algumas considerações teóricas e técnicas sobre o meu trabalho neste desafio.

Situação: Assistir-me na TV

PAN: Vou passar mal (...e não vou aguentar), creio 100%.

Emoção: Ansiedade, 90%

Comportamento: Pensei em me esquivar.

Evidências a Favor do PAN.- Já fui avaliada negativamente.- Já passei mal e fui embora.

Evidências Contra o PAN.- É verdade que as pessoas podem me avaliar, mas também positivamente.- As avaliações não me atingem a ponto de ser insuportável. Elas são passageiras e nunca me destruíram.- Já fui atingida quando criança, hoje sou mais forte e sei entender que algumas coisas são normais.- As pessoas nem sempre estão certas em suas avaliações negativas.

Pensamento Alternativo ao PAN (- Vou passar mal), nesta situação:- Vou assistir bons momentos que passei com pessoas conhecidas e com pessoas que conheci neste evento. Não serão apenas momentos de sentir-me mal. Posso suportar mesmo os momentos que me sentir mal.

Evidências que apoiam este pensamento Alternativo:- Minhas avaliações negativas que pensei sobre os outros não mudaram a vida deles; as poucas pessoas que me falaram sobre suas avaliações negativas sobre mim não me afetaram de um modo insuportável e duradouro.

Meta na situação:- Assistir minha participação e rever o que aconteceu, de modo geral, em um evento importante para mim e minha família.

O PAN ajuda ou atrapalha na meta:- Sempre atrapalhou, pois sempre acabei não indo aos eventos que pudesse ser avaliada negativamente pelas pessoas.

Há erros lógicos no PAN sobre a situação?- Sim.

Quais Erros Cognitivos existem no PAN?
-Catastrofização: - Eu areditei que sempre seria avaliada negativamente pelas pessoas.
- Supergeneralização: - Eu acreditei que porque fui criticada uma vez, aos 9 anos de idade (por um incidente), seria criticado em outras situações.
-Maximização/minimização: - Eu achei que o mal estar ia acabar comigo e que eu não teria o que fazer, nem mesmo ser ajudada.
- Desconsiderando o positivo: - Eu não lembrei, de imediato, que houveram muitos momentos bons.
- Abstração seletiva: Eu só pensei em um detalhe e não em todo o evento.
- Leitura Mental: - Eu acreditei saber o que as pessoas pensam.

Qual o significado do PAN?
- Eu pensava que nunca iria saber me comportar bem diante das pessoas e que faria minha família passar vergonha; passei a achar que era melhor ficar em casa, assim eu não me sentiria uma pessoa inadequada.

Como você pretende agir se aparecer outra situação como esta?
-Já estou agindo diferente, lembro que não sei o que as pessoas pensam, seja de bom ou de mal, a não ser que me falem. E se falarem não significa que seria atingida.
- Eu tenho pensamentos parecidos com esses em situações onde tenho que tirar fotos ou ver fotos que tiraram de mim e já comecei a vencê-los. Tenho olhado as fotos que tirei e não é nada que acabe comigo.
- Sempre evitei convites que me expusessem e este ano já os aceitei.
- Estou me sentindo muito melhor e muito feliz.

Considerações do Terapeuta:
- O desafio de pensamentos de ansiedade é melhor conduzido quando focalizamos o nosso questionamento, junto ao paciente, considerando apenas o esquema de vulnerabilidade sem tentar explorar de qual esquema primário ele deriva.
- As pessoas com ansiedade tem medo de algo; e é esse medo que deve ser desafiado, no caso acima o medo de passar mal e não suportar. Não suportar o quê? O passar mal. A angústia, as alterações fisiológicas, a aflição que parece que não passará.
- Devemos estar atentos justamente para essas cognições sobre o passar mal: não vou suportar, não vai passar, etc.-É fato que as pessoas avaliam.
- É fato que ninguém pede para ser criticado negativamente.
-...mas a intensidade do passar mal é relativa; a duração do passar malé relativa; também são relativas as formas como cada pessoa pode lidar com o seu mal estar. A lei da Vulnerabilidade diz que um estressor pode ser interpretado de modo diferente pelas pessoas: tem gente que morre de medo de baratas e outras correm atrás delas para matá-las.
-Na medida em que nos concentramos no Esquema de Vulnerabilidade nos deparamos com o esquema primário se revelando diante de nós. Não o afetemos com nossas interpretações; o esquema é do paciente e não do terapeuta. Continuemos colaborativos. Veja no exemplo acima: a paciente foi compreendendo seu Esquema de Vulnerabilidade e nos apresentando o seu Esquema Primário de Inadequação. O qual, em outro momento, ela compreenderá. Estamos gerenciando seu humor (4ª sessão) e nos preparando para a fase de reestruturação de crenças.
- Use o raciocínio investigativo da fórmula de Salkovisks, tanto para as evidências a favor ou contra o PAN. Esta fórmula auxilia a construção de um pensamento alternativo mais estruturado em termos de valência emocional para o paciente.
- Lembre-se dos erros cognitivos da ansiedade: abstração seletiva e magnificação/minimização, principalmente.
-Não se preocupe em zerar a crença no PAN ou na intensidade emocional, o importante é o gerenciamento, de forma que os sintomas não perpetuem comportamentos de segurança disfuncionais.

Dúvidas, sugestões e críticas para arnaldo@ctcbauru.com.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A matemática da TC.



Podemos compreender os erros cognitivos como se estivéssemos estudando ciências exatas. Que erros estão abaixo?
Imagine uma pessoa cujos resultados em suas metas fôssem numa sequência assim: {+ } {+ } {+ } {+ } {+ }...{ ? } = Tudo perfeitamente positivo. Divino. Ideal. 100% aceitável e desejável, mas o próximo, o do futuro será melhor! É melhor esperar. Agora imagine outra sequêcia:[+ ] [+ ] [+ ] [ - ] [+ ] [+ ] = Tudo imperfeito, totalmente negativo. 100% inaceitável e indesejável.Parece estranho? A maioria está positivo? Há só um negativo? Imagine desconsiderar o positivo, o que sobrará?Imagine uma atitude de tudo ou nada. Esta sequência servirá?Selecione e abstraia só o negativo, focalize só o negativo. Que idéia formará?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Operacionalizando a fórmula de Salkovskis ou criando o Ansiômetro.




A= PxA:E+R

A Ansiedade Máxima equivale a 10.000, ou seja: 100x100:0+0= 10.000.
Eu automáticamente acredito que existe 100% de possibilidade de ocorrer algo 100% aversivo. Para o qual tenho 0% de enfrentamento pessoal e 0% de resgate.

A Ansiedade Mínima equivale a 0, ou seja: 0x0:0+0=0
Eu automáticamente creio que existe 0% de possibilidade de ocorrer algo 0% aversivo. Para o qual tenho 100% de enfrentamento e 100% de resgate.

0 (mínima) ___________________________ (Máx)10.000

Um bom desafio auxilia-nos a ficar mais próximos da Mínima e mais distante daMáxima.

Exemplo: Há 50% de possibilidade e 50% de aversão de ocorrer mudanças climáticas por conta do efeito estufa; para o qual tenho 20% de enfrentamento e 20% de resgate.
A ansiedade 62,5 está mais próxima da mínima e bem distante da máxima;P e A estão num nível realista, mesmo com pouco E e R.

Analisando com evidências a favor e contra: P e A permaneceram em 50%; mas o E subiu para 70% e o R foi para 50%.
A ansiedade foi para 20,83 ficando ainda mais próxima da Mínima e mais distante da Máxima.

Trata-se de um paciente que mesmo numa ameaça realista mantinha seus recursos de enfrentamentos e resgates muito baixos. Considerando que apresentava um esquema primário de inadequação via-se como alguém que não mereceria ajuda social. Suas principais estratégias eram de esquiva e dependencia; seu principal erro cognitivo era TUDO ou NADA. "Ao lado do outro me dou bem, sem eles é melhor me esquivar. Não sei me virar sózinho e me beneficiar de minha competência. Sou inadequado."

Arnaldo Vicente

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ABPC se reuniu com o Presidente da ALAMOC, dia 21, Quarta-feira às 17:30hs, no Hotel Travel Inn - SP.

Luis Perez, Ana Maria Serra e Êdela Nicoletti.







Luis Perez Flores, Presidente da ALAMOC, Associação Latino Americana de Analise e Modificação do Comportamento, é convidado do ITC e da ABPC para participar do Congresso de Esquizofrenia como parte do grupo de palestrantes convidados internacionais.
Na quarta-feira, dia 21 de novembro, às 17:30 horas, a ABPC teve uma reunião extraordinária com o presidente da ALAMOC, Sr. Luis Perez do Peru. A ALAMOC - Associação Latino Americana de Analise e Modificação do Comportamento que é um importante orgão para nosso relacionamento junto a outras associações da America do Sul.
Nesta oportunidade a Presidente da ABPC, Êdela Nicoletti, fêz uma apresentação da ABPC e ele falou sobre a ALAMOC.
Também, neste momento, a ABPC entregou documentos para sua afiliação junto aquela instituição.
Todos os diretores e muitos associados da ABPC estiveram presentes.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Equívocos do Terapeuta Perfeccionista.


Onde olhar?
Para o presente?
Para o passado?
Para o futuro?
Para a história ou para as cognições?
O terapeuta perfeccionista olha para tudo ao mesmo tempo, ele espera a melhor parte da história (e até incentiva o discurso catártico do paciente). E a melhor parte é aquela que ele desconhece. E como a desconhece ele precisa conhecê-la, ouví-la. Ouve mais uma parte e espera a melhor parte ainda desconhecida. A terapia é importante, o paciente é importante, o terapeuta é competente e adequado; então continua a buscar a melhor parte da história, é nela que encontrará a melhor cognição. Não a que foi oferecida primeiro ou por último, a melhor cognição da melhor parte da história para a melhor intervenção.
Quando o tempo da sessão vai chegando ao fim pode vir o desespero:- Esta sessão não foi a melhor sessão que realizei, eu não fiz a minha melhor intervenção, e não sou o melhor terapeuta!
O terapeuta poderia comparar a sua sessão com outras que já realizou, mas ele as desconsidera, compara apenas com a mais perfeita que ainda não aconteceu (sem saber que ela nunca vai acontecer).
Há a possibilidade dele crer que o paciente também não fez a melhor explanação, nem ofereceu a melhor colaboração.
O terapeuta espera o evento melhor, ou seja aquele que ainda está por acontecer. Como o futuro não termina e ele não delimitou seu campo de comparação, permanecerá na esperança do próximo evento (ou seja esta cognição será acompanhada de emoções positivas). E, caso, tente escolher um evento já conhecido suas cognições ansiogênicas contribuirão para um estado de incerteza acompanhado de comportamentos de hesitação ou esquiva, típico dos esquemas de vulnerabilidade (secundário) e incompetência (primário) : - "Eu deveria ter esperado a melhor parte, vou me dar mal, confirmarei minha incompetência".
O modo dicotômico de pensar não o permite integrar suas informações atuais com as do passado ou do futuro.
Para onde olhar?
Para o evento mais recente, mais próximo do presente, analisando as cognições que o paciente o avaliou.

Perfeccionismo e o vestibular


Segundo minha experiência clínica: Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado.P = NEC> : NR<
Na situação de vestibular, tenho observado a presença do perfeccionismo. Vejamos:
O vestibulando deve ter como meta: mostrar os seus conteúdos no vestibular para a universidade escolhida.
Como primeira sub meta: ele deve aumentar o seu enfrentamento pessoal investindo na qualidade de sua competência quanto a assimilar conteúdos que vão aumentar a possibilidade de alcançar a sua meta. E permitir-se receber a contribuição de seus resgates: professores, familiares, amigos, materiais didáticos, etc. Sua segunda sub meta deve ser escolher a melhor estratégia para mostrar esses conteúdos na universidade escolhida que o avaliará aprovando-o ou não.
Mas, onde ocorre o perfeccionismo?
Ocorre quando ele não prioriza esta meta de mostrar os seus conteúdos na universidade escolhida. Mas, investe em uma meta onde tem um papel colaborativo e passivo, que chamo de meta equivocada ou fracassada.
Meta equivocada: - Quero ser aprovado na universidade que escolhi.
Sub metas equivocadas: 1 - Descobrir o conteúdos das avaliações e seus critérios.
2- Descobrir o nível dos candidatos e superá-los.
Resultado: O vestibulando foca sua atenção em descobrir informações que ele não tem e não terá, mas que ficará imaginando-as no nível mais alto possível, um nível inalcançavel.
Essas imaginações poderão gerar cognições que podem ser analisadas de acordo com sua tríade cognitiva ativando seu esquema primário: - EU sou incompetente, o MUNDO é exigente demais e o meu FUTURO não será bom. Mas, suponho que se eu estudar até saber tudo então vou ser aprovado no vestibular e comprovarei a minha competência. Desta forma, no vestibular, sua estratégia será checar cada questão procurando identificar o que não sabe, ao invés de focar no conteúdo conhecido, querendo resolvê-la a qualquer custo; sem gerenciar o tempo de modo a responder as demais questões da avaliação.
O perfeccionismo é assim. A pessoa se ocupa do futuro perfeito refletindo sobre quais os contéudos que deveria saber para ter sucesso no vestibular e não se atualiza ou desvaloriza os conteúdos já assimilados até o presente. Ela desperdiça o seu tempo pensando no que não foi conquistado.
Ela pensa como pode fazer para ser aprovada e não o que tem para mostrar e ser avaliada.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007



Em dezembro: Todos ao Congresso!


Por uma sociedade sem manicômios!


É fundamental responder e esclarecer essa questão, principalmente agora que faz 20 anos da criação do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial. Já avançamos muito, porém os desafios ainda são enormes, principalmente em função dos ataques constantes dos setores comprometidos com a denominada “Indústria da Loucura”: hospitais psiquiátricos privados e/ou filantrópicos, empresas e laboratórios de medicamentos (70% dos leitos psiquiátricos no Estado de São Paulo são privados). Vamos lá: as instituições psiquiátricas construídas a partir do século XVIII, tendo o médico francês Phillipe Pinel como principal artífice, tinham como critério para definir o normal e anormal a aptidão para o trabalho, para a venda da força de trabalho, característica que se instituía com o modo de produção capitalista. Tinham e têm como principal objetivo, recolher os “dejetos” humanos produzidos por esse modo de produção e também excluí-los da sociedade, fato que se agravou no Brasil. A violência com que o Capital investiu e investe contra o cidadão transformando-o em “bagaço” após sugar suas energias físicas e psíquicas, condenando-o a uma vida sem sentido e precária, com poucas perspectivas de mudanças, se expressa nos olhares dos sujeitos nos pontos de ônibus no final do dia, nas filas dos postos de saúde, no pronto socorro, no INSS, etc. Únicos locais que esses sujeitos podem freqüentar, pois o acesso a atividades culturais, viagens, passeios, fazem parte dos sonhos impossíveis. Não raro esses sujeitos integrarão a fila das unidades de saúde mental e daí para os hospitais psiquiátricos é um pulo. Assim condenados definitivamente à “morte em vida” contribuirão com o desenvolvimento da “Indústria da Loucura” (Dados do Ministério da Saúde em 2001 mostram que os transtornos mentais ocupam o terceiro lugar no INSS na concessão de benefícios tais como auxílio-doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez). Apesar de atual, essa realidade miserável já fazia parte do cotidiano da população brasileira nos anos 1970, sustentada pelo modelo econômico privatista implementado durante a ditadura militar e começa a ser questionada, não só pelos técnicos, mas também pelos familiares e usuários dos serviços de saúde mental. Procurava-se superar as “soluções mágicas” do senso comum, corroboradas pelos poderes públicos, que é a propagação de medidas manicomiais para solucionar problemas sociais, principalmente aqueles que se inserem na esfera das tragédias. Desde a diminuição da maioridade penal e internações nas “Fundações Casa” até as internações em hospitais psiquiátricos, as análises se reduzem a considerar como as últimas medidas “depois que tentamos de tudo”, não havia mais o que fazer! Perguntamos: SERÁ? Será que fizemos realmente de tudo? Perguntamo-nos porque tal fato aconteceu e porque essa é a única solução? Indagamos se existem equipamentos sociais suficientes e adequados para dar suporte e apoio aos sujeitos que sofrem ou que se envolvem em situações de risco? Parece que não, pois excluir os sujeitos do convívio social é a melhor forma de ignorarmos as respostas das questões acima e justificar as desigualdades sociais. Todos os dias surgem denúncias da falta de equipamentos não só na saúde mental, mas também em relação ao SUS, porém,de forma equivocada, faz-se a crítica da proposta de modelo e não da falta de vontade política na sua implementação. Existe também um ataque constante por parte da Associação Brasileira de Psiquiatria contra as mudanças e a implementação dos modelos substitutivos em saúde mental (CAPS, Ambulatórios de Saúde Mental, Emergências Psiquiátricas, Hospital-dia, Centros de Convivência, etc) nos mesmos moldes que o setor privatista de medicina faz em relação a implementação do SUS, com receio de perda de poder político e científico, afinal, são os únicos que não cumprem o horário de trabalho no setor público. Por outro lado, nos municípios onde foram implementados os modelos substitutivos em saúde mental e também o SUS, os resultados são evidentes em favor da população, pois o modelo de promoção de saúde e da vida beneficia a todos. Os hospitais psiquiátricos, por sua vez, continuam sendo espaço de exclusão, descaso e violência e poucos resistem a uma avaliação mais rigorosa, ou seja, os problemas que motivaram a organização dos trabalhadores, usuários e familiares na crítica feroz às instituições psiquiátricas há quase 30 anos se mantém atuais nos estabelecimentos que ainda existem.(Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, 2000 e PNASH/Psiquiatria, 2004). Precisamos continuar a fazer a crítica e avançar na luta, pois foi em nome da razão que sepultamos vidas e destroçamos sonhos. Foi em nome da ciência que eletrocutamos e dopamos sujeitos, contribuindo não com sua reabilitação, mas com sua cronificação e morte social. Essa herança não pode ser esquecida, nem ignorada pelas novas gerações, pois contribuirá com a desmistificação de um saber que ao servir aos interesses de uma classe social, legitima a prática de exclusão e segregação. Por uma sociedade sem manicômios! Viva o movimento da luta antimanicomial!


O autor, Osvaldo Gradella Júnior, é do departamento de psicologia da Unesp-Bauru


Artigo publicado pelo Jornal da Cidade de Bauru - 02/11/2007 –

Quando o modo Perfeccionista é funcional?


Quando ele está delimitado. Quando o modelo de comparação a ser reproduzido foi selecionado entre os que já existem.

Ou seja, ó Nível de Exigência Contínua existe, mas delimitado e não Maximizado (infinito); o Nível de Reconhecimento existe considerando um modelo já existente (reconhece o recurso já desenvolvido), mas, não Minimizado (não ignorando ou desconsidera o recurso já desenvolvido) .

O perfeccionismo em uma tarefa pode ser funcional. Exemplo, pessoas que trabalham no controle de qualidade de produtos que põem em risco a saúde pública devem ser selecionados rigorosamente dentro dos padrões especificados; como: medicamentos, alimentos, peças de automóveis, etc.















Segundo a fórmula de minha experiência clínica:

Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado: P = NEC> : NR<

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A intuição e os pans.

Na intuição os esquemas não estão ativados.

Qual a fórmula do Perfeccionismo?

Segundo minha experiência clínica: Perfeccionismo = Nível de Exigência Contínuo Maximizado:(dividido) pelo Nível de Reconhecimento Minimizado.

P = NEC> : NR<>), mas não consegui nada até agora (NR<).

Culminando com a cognição seguinte - "Nada que eu faça adiantará".

Nível de Reconhecimento Minimizado: - Todas as vezes que desconsideramos os nossos recursos (E+R) alcançados até o presente, nos enxergaremos como pessoas fragilizadas diante de níveis de exigências irrealizáveis, com o agravamento de que essas exigências serão contínuas e maximizadas.

Mulher W: Hoje não acordei mal e vou aproveitar para fazer tudo; nunca sei como será amanhã!

Considerações: Quando alguém sabe com certeza o que acontecerá no futuro? Não existe a previsão perfeita ou segura; mesmo assim ela continua exigindo um bem estar perfeito (um nível de exigência continuado que aumenta ilimitadamente ou que é maximizado. Ao mesmo tempo em que está desconsiderando (ou minimizando) seu bem estar conseguido com os seus recursos atuais.

Ela poderia reconhecer o seu bem estar atual (devido aos seus recursos atuais) e perceber que não está 100% fragilizada e que poderia ampliá-lo; mas seu foco está no que poderá não ser feito, no que falta ou está ameaçado já que seu bem estar não é garantido (naturalmente). As limitações naturais assustam os perfeccionistas que tentam criar condições ideias para se tranquilizarem.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Palestra na FOB-USP, 09 de novembro de 2007.



COMO LIDAR E VENCER O ESTRESSE.
O estresse se apresenta em quatro fases: a fase de alerta, a fase de resistência, a fase de quase exaustão e a fase de exaustão. Vencer o estresse significa estar escolhendo ter uma vida com mais qualidade de modo a não chegar a sua fase final.

1- O que é o estresse?
Estresse é uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. Quanto mais a situação durar ou quanto mais grave ela for, mais estressada a pessoa pode ficar.

2- Quem pode ser atingido pelo estresse?
O estresse pode atingir qualquer pessoa, pois mesmo as mais fortes estão sujeitas a um excesso de fatores estressantes que ultrapassam sua capacidade física e emocional de resistir.

3- O que causa estresse?
Dificuldades do dia-a-dia, doenças, desemprego, brigas, acidentes e perdas importantes. Muitas mudanças na vida, mesmo que para melhor, quando ocorrem freqüentemente podem ter um efeito somatório de produzir estresse. São as fontes externas.
Há também o que chamamos de fontes internas de estresse que podem ter um efeito ainda maior no organismo, tais como os pensamentos, sentimentos e o nosso modo típico de reagir em certas situações.

4- Como lidar com o estresse?
Primeiro a pessoa deve identificar em qual fase do estresse ela está. Existem quatro fases no estresse: a fase de alerta, resistência, quase exaustão e de exaustão.

5- Como é a fase de alerta?
Na "fase do alerta", considerada a fase positiva do stress, o ser humano se entusiasma, se energiza através da produção da adrenalina; a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude é freqüentemente alcançada.

6- Como é a fase de resistência?
É a segunda fase, a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus estressores , mas se o stress continua presente por tempo indeterminado vem a "fase de resistência" que se inicia quando o organismo tenta uma adaptação devido à sua tendência a procurar o equilíbrio, a homeostase interna. Na "fase de resistência", as reações são opostas àquelas que surgem na primeira fase e muitos dos sintomas iniciais desaparecem, dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço.

7- E a fase de quase exaustão?
Se os fatores estressantes persistirem em freqüência ou intensidade, há uma quebra na resistência da pessoa e ela passa a "fase de quase-exaustão". Nesta fase, o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem uma maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração com sintomas de resfriados, gripes, herpes, dentre outros.

8- E a quarta fase?
É a fase de exaustão. Em não havendo alivio para o stress através da remoção dos estressores ou através do uso de estratégias de enfrentamento, o stress atinge a sua fase final, a "fase da exaustão", quando doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como enfarte, úlceras e psoríase, dentre outros. A depressão passa a fazer parte do quadro de sintomas do stress na "fase de quase-exaustão" e se prolonga na "fase de exaustão".

9- Como saber se estou estressada?
Perceba se você ultimamente está com sintomas: Psicológicos, Físicos ou Outros.

10- A pessoa que tiver um desses sintomas está estressada?
Não, é preciso ter vários desses sintomas, quanto mais sintomas assinalados, mais intenso está o seu nível de estresse.

11- O que fazer para vencer o estresse?
- Primeiro tenha calma, não se estresse, há meios de você aprender a lidar com o estresse de modo que, mesmo nos piores momentos, você possa manter sua saúde.
- Para equilibrar-se preste atenção, principalmente, para quatro áreas da vida: alimentação, exercício físico, relaxamento e aspectos emocionais.

12- Como deve ser uma alimentação anti-stress?
Deve ser rica em legumes, verduras e frutas. Procure orientação com profissional, medico ou nutricionista, para saber se deve evite gordura, chocolate, café, refrigerante e sal.

13- E na área dos exercícios físicos?
Caminhadas de 30 minutos pelo menos 3 vezes ajudam no combate ao estresse, sem esquecer de consultar o seu médico antes de começar a se exercitar.

14- E nas atividades de relaxamento, o que se pode fazer?
Quando relaxamos, o nosso corpo e mente têm a chance de se livrarem das tensões acumuladas, de se prepararem para novos desafios. Todo ser humano precisa de pelo menos meia hora por dia para relaxar e se desligar dos problemas.
Não há formula mágica para relaxarmos. Alguns gostam de música, outros de bate papo, outros de TV. O que importa é você se desligar dos problemas por alguns minutos.

15- A outra área é a de estabilidade emocional, o que os psicólogos orientam?
Que se tente pensar de modo positivo, vendo o lado bom das coisas. Se algo o incomoda, tente falar sobre o assunto, tente resolver um problema de cada vez ao invés de querer resolver todos de uma vez ou evita-los.
Ou seja, os pensamentos e também a falta de habilidade para resolver problemas criam vulnerabilidades e estas criam o estresse.
As pessoas ficam mais estressadas e vulneráveis quando estão:
1: frustradas - 2: com pressa - 3: na solidão - 4: no tédio - 5: na sobrecarga de trabalho - 6: na ansiedade - 7: na depressão - 8: na raiva - 9: quando crêem nos pensamentos distorcidos -10: no perfeccionismo -11: na aprovação-12: no negativismo.

15- Então o estresse tem cura?
Sim e qualquer pessoa pode aprender a controlar o estresse em sua vida, se recuperando e não tendo mais estresse excessivo.

16- O que você tem a dizer para aqueles que tem alguma doença ligada ao estresse?
Que procure um médico especialista na área afetada e também procure um psicólogo para saber as causas do estresse e descobrir como lidar com elas de modo a não se estressar mais no futuro.
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COMPLEMENTAÇÕES:
Quadro de verbalizações de cada vulnerabilidade:
Vulnerabilidade 1: A FRUSTRAÇÃOVerbalizações típicas de quem a tem:
"Não suporto quando as coisas não saem do jeito que antecipei.""Se não for deste jeito, não quero.""Prefiro não ir se não for onde escolhi."
Vulnerabilidade 2: A PRESSA
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Não me faça perder tempo.""É um desaforo me fazer esperar deste jeito.""Quando eu me atraso, fico extremamente irritado."
Vulnerabilidade 3: A SOLIDÃO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Não agüento ficar o fim de semana sem ver os amigos (namorado/a etc).""Tenho angústia de ficar só em casa.""Só vou para casa depois que minha mulher chegar em casa."
Vulnerabilidade 4: AO TÉDIO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Todo relacionamento que tenho fica chato depois de algum tempo.""Gosto do agito, de adrenalina, não gosto de repetir programas.""Não gosto de coisas monótonas, repetitivas, me dão nervoso."
Vulnerabilidade 5: A SOBRECARGA DE TRABALHO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Quando tenho muitos projetos para fazer fico até desnorteado.""Não consigo trabalhar bem se sei que tenho uma pilha de coisas para fazer.""Trabalhar todo dia até tarde sem descanso? De jeito algum, não agüento."
Vulnerabilidade 6: A ANSIEDADE
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Na véspera de algo importante, já fico com muita angústia, mesmo que saiba o que fazer.""Sempre que vou fazer algo novo ou conhecer gente nova me dá uma confusão na cabeça e demoro para me situar."
Vulnerabilidade 7: A DEPRESSÃO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Me dá desânimo pensar em enfrentar certas coisas, pois sei que minha energia é pouca.""Para quê batalhar tanto se nada tem graça?"
Vulnerabilidade 8: A RAIVA
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Vivo à mercê de qualquer um que me irrite, pois fico com muita raiva e perco o controle.""Não gosto de ter muito contato com gente, pois sei que vão fazer algo que me dará raiva."
Vulnerabilidade 9: A PENSAMENTOS DISTORCIDOS
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Todo mundo quer tirar vantagem de todos, por isto não se pode confiar em ninguém.""Quem teve infância ruim nunca vai ser feliz.""Essa pessoa nasceu neste Estado? É malandro."
Vulnerabilidade 10: AO PERFECCIONISMO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Tenho certeza de que vou encontrar erros neste relatório. Faça de novo antes de eu ler.""Tenho que olhar tudo, pois ninguém aqui faz nada direito.""Não dá para tirar férias, não confio em ninguém para fazer meu trabalho."
Vulnerabilidade 11: A APROVAÇÃO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Tenho que fazer tudo certinho, pois o que vão pensar de mim?""Precisei ficar até tarde trabalhando, pois meu chefe ia ficar chateado se soubesse que tinha que ir ao dentista logo depois do trabalho."
Vulnerabilidade 12: AO NEGATIVISMO
Verbalizações típicas de quem a tem:
"Cuidado, esse namoro pode não dar certo.""A laranja está bonita, mas deve estar azeda."
Para saber mais consulte: http://www.estresse.com.br/
Conheça os alimentos anti-estresse
Valéria Goulart, médica nutróloga e endocrinologista, estudiosa em terapia ortomolecular e estética médica, cita alguns os "alimentos campeões", fontes de nutrientes necessários no combate ao estresse:
Alface: a lactucina e lactupicrina, encontradas principalmente nos talos das folhas, atuam como calmante.
Espinafre e brócolis: previnem a depressão. Contêm potássio e ácido fólico, importantes para o bom funcionamento das células, garantindo o bom funcionamento do sistema nervoso, devido ao magnésio, ao fosfato e às vitaminas A e C e ao Complexo B.
Peixes e frutos do mar: diminuem o cansaço e a ansiedade, pois contêm zinco e selênio que agem diretamente no cérebro.
Laranja: promove um melhor funcionamento do sistema nervoso. É um ótimo relaxante muscular e ajuda a combater o estresse e prevenir a fadiga. Tem substâncias hidratantes e é rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do Complexo B.
Castanha-do-pará: melhora sintomas de depressão, auxiliando na redução do estresse. É rica em selênio, um poderoso agente antioxidante. Uma unidade ao dia já fornece a quantia diária de selênio (350mg) recomendada.

http://www.ctcbauru.com.br/ - Rua Aviador Gomes Ribeiro 17-38 – Altos – Bauru – SP – F: 3227 1473
Arnaldo Vicente

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

15 de outubro, dia do que ensina, mas não faz nenhum aluno aprender.


Parabéns e obrigado à todos os professores que me ensinaram, desde o primeiro ano até o último dia em que assisti uma aula. Vocês foram os grandes colaboradores de minha vida, assim como foram os meus pais. Pena que vocês não tinham o poder de me fazerem aprender. Talvez eu fosse uma pessoa melhor se isto tivesse sido possível, mas não foi. Mesmo despreparado de critérios fui eu quem escolhi o que eu apreenderia, fui eu que signifiquei e resignifiquei o que ouvi, vi e senti diante de tudo o que foi oferecido por vocês. Cheguei a crer que vocês me faziam aprender e me taxei de incapaz quando vi que não tinha apreendido. Que ingenuidade!
Hoje sei que vocês não podiam me fazer aprender, independente da vontade ou da capacidade de vocês. Minha capacidade de perceber e avaliar, o que vocês me apresentaram, não foi suficiente em muitos momentos para dar o valor produtivo que hoje percebo que poderia ter dado no passado. Tive sentimentos conturbados por conta dos pensamentos automáticos negativos sobre vocês e sobre mim. Eu estava equivocado, mas não sabia que eram minhas idéias sobre vocês que estavam determinando o meu humor e meus comportamentos naquelas situações.
Hoje eu sei.
Obrigado a todos os meus alunos que se permitiram tomar contato com os conteúdos que apresentei em nossas aulas. Sei que não tive poder sobre o sucesso ou dificuldades de vocês, mas sei que tive responsabilidade sobre o que me cabia. Posso ensinar, não posso fazer aprender.
Arnaldo Vicente - Professor de Terapia Cognitiva.

A solução não é a educação. É a política.


Não teremos mudanças eficazes de qualidade de vida se o nosso povo continuar ignorando a importância, as consequências da política em nossas vidas. Veja o caso Renam Calheiros não adiantou o nível educacional, o que adiantou foi a atitude política no próprio meio eleito e nas repercussões sociais. O Lula chegou onde chegou não pela educação, mas por sua evolução política. A educação só será efetiva se contribuir para a formação política. Queremos acreditar que hoje o tempo é a era da coca-cola ou skol, da informática e da MBA, não é. Continuamos na era da política, mesmo que ao invés de coca-cola ou skol tenhamos que terminar com a última dose de cicuta.

A tríade cognitiva enfatiza a importância do futuro e o futuro é entender e intervir na política hoje.

Arnaldo Vicente

terça-feira, 9 de outubro de 2007

A indecisão revela uma falta de acordo do "Eu-Comigo".


Porque não consigo tomar atitudes com uma pessoa querida que me irrita, que abusa de mim? São anos colecionando dissabores, expectativas frustradas que prejudica o meu presente e o meu futuro imediato; mas lá está ela abusando dia após dia, cutucando-me, como a àguia que de dia cutucava e comia o fígado imortal de Prometeu. Automáticamente sei o que fazer e automáticamente deixo de fazer.
Prometeu foi castigado porque roubou o conhecimento, na forma de fogo, que pertencia a Zeus e o entregou aos homens. As pessoas que abusam são como Zeus, criam regras para o seu bem estar e acreditam que estas devem ser seguidas pelas pessoas à sua volta, não hesitando em culpá-las e até puní-las. Elas, assim como Zeus, interpretam que se transgrediram suas inprescindíveis regras é porque intencionam torná-las vulneráveis. Felizmente, a rigidez de Zeus, o deus dos deuses, é passageira e ele ordena (sempre acha que pode determinar) a Herácles que mate a àguia.
As vezes nos falta a coragem de Prometeu e não assumimos os nossos conhecimentos sobre o quanto uma relação é improdutiva para a nossa meta de ser feliz. Isto porque somos atropelados pela nossa meta de sobrevivência. Acreditamos que se agirmos de modo diferente seremos desamparados, ignorados ou não estimados.
Por isto afirmei que automáticamente sei o que fazer(para ser feliz), mas automáticamente deixo de fazer (para não aumentar minha vulnerabilidade).
É preciso haver um entendimento entre Zeus e Prometeu a favor do Homem; uma harmonia entre o que pensamos sobre o que precisamos, o que queremos e o que podemos. Nosso ego (ligado ao mundo) precisa colaborar com o nosso Self (ligado a nossa natureza).
Arnaldo Vicente.



As crenças e a motivação.







A motivação ocorre quando vislumbramos a completude ou a felicidade. Nos motivamos por ordem de nossas necessidades serem reguladas ou pelas inspirações e desejo de promoções. As necessidades são implacáveis e não são negociáveis; a sede e a fome, por exemplo não esperam pela nossa boa vontade. Mas uma vez as necessidades básicas correspondidas (como dizia Maslow-foto) despertam à busca inspiradora de novas conquistas, novas realizações. Isto me faz entender porque a crença de incompetência somada a de vulnerabilidade nos leva a temer o desamparo e porque mesmo depois de amparado ainda continuamos a querer desenvolver mais competência. Precisamos nos sentir competentes para atender as novas inspirações e aspirações, que podem ser traduzidas como a busca do outro adequado e estimável.
Talvez o segredo seja analisar nossas competências separada de nossas vulnerabilidades. Primeiro ter uma visão realista e atualizado do que somos capazes, segundo considerar em quais àreas precisamos ou queremos investir essa capacidade, terceiro avaliar se nossa capacidade é suficiente ou devemos complementá-la antes de iniciar qualquer passo e quarto ponderar as estratégias à implementar.
Arnaldo Vicente

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Felicidade, o ponto final da Ansiedade.


Tenho trabalhado muito com os pans e as crenças de ansiedade e vejo que um dos quadros de ansiedade que mais me permitiu aprender a trabalhar com essas crenças é o quadro de Pânico. Um quadro claro e ao mesmo tempo difícil de se desconstruir. As crenças intermediárias ligadas as interpretações do funcionamento orgânico nos remete para uma situação extrema que é "se não controlo o meu corpo morrerei". Lembrando Salkovskis: a possibilidade e a aversão se potencializam. Quando o foco é a morte o quadro fica ainda mais comprometido. O enfrentamento fica inoperante, pois também fica potencializado pela crença primária de incapacidade e a esperança foca-se nos resgates. O quadro de perpetuação provocado pela abstração seletiva e a evitação são mantidos pela equivocada interpretação catastrófica sobre os sintomas orgânicos. A tríade cognitiva está comprometida no Eu-Futuro e dependente do Resgate-Presente Imediato (de pessoas, remédios, etc). A urgência: viver, não perder a vida, ter um final feliz.
Ter um final feliz é também o objetivo da pessoa com TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e de outros transtornos. Todos queremos ser felizes. Sentimos alegria quando temos a felicidade, tristes ao perdê-la, ansiosos diante da ameaça de perdê-la, com raiva quando não conseguimos mantê-la. Não queremos apenas sentí-la queremos possuí-la; e quando acreditamos que a temos nos confundimos e chamamos prazer de felicidade. Desenvolvemos então a crença de que é possível criar um esquema onde possamos ser capazes de assumir o controle sobre a felicidade (digo, "do prazer"), basta ter competência. O próximo passo é a felicidade de ser adequado e estimado.
Mas, a felicidade não tem dono e quando todas estratégias falham ao invés de mudarmos a meta permanecemos nas submetas, entramos em Pânico, em Depressão ou iniciamos as Idéias de Suicídio.
A dicotomia se revela no desejo de tudo (feliz?) ou nada (infeliz?), oito ou oitenta.
Ansiosos não alcançam a Felicidade Total (Invulnerabilidade Perfeita) e então concluem que estão ameaçados pela Infelicidade Total (Vulnerabilidade Cognitiva).
Martin Seligman fala dos benefícios de saber analisar as dimensões de permanência, abrangência e personalização na construção dos estilos cogntivos. De fato suas recomendações auxiliam no gerenciamento de sintomas e reestruturação cognitiva. Tenho complementado esse trabalho chamando a atenção para o quanto o ansioso está mais atento nas metas (finalidades) do que nos problemas (motivos). Não é o medo o seu grande inimigo, mas sim a sua falta de esperança. Essa falta de esperança se revela em suas preocupações improdutivas, que como enfatiza Robert Leahy não geram submetas viáveis, mas apenas alívio.
Tenho orientado pais e professores a auxiliar na construção de uma meta construtiva: "o pior não tem que ser a última coisa esperada, é possível que o melhor aconteça". Como? Iniciando e, principalmente, terminando o contato com um discurso favorável ao criticado, seja na esfera da competência, adequação, estima ou segurança. Os discursos em terapia mostram que os ansiosos e pessimistas sempre falam da última lembrança de uma situação lembrando ou revivendo seus aspectos negativos. Talvez por isto os ansiosos não verifiquem se suas predições ocorrem ou não.
Não estou dizendo gerem prazer estou dizendo ofereçam momentos felizes.
É por isso que dou muita importância em saber o que o paciente fez em sua semana que tenha sentido alegria e felicidade e logo em seguida pergunto: -"O que isto revela sobre você?"
Arnaldo Vicente

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Perfeccionismo x Procrastinação


Faço as coisas quando tiver um tempo (perfeito, onde consiga fazer as coisas do jeito que acho que me dará resultados excelentes; farei de modo controlado seguro e sem ter que me preocupar com o tempo que levarei ou com a qualidade que farei.)


Este tempo existe?

Para responder é preciso saber qual é o jeito que a tarefa precisa ser feita com qualidade.

Exemplo: preparar uma palestra, qual a melhor forma, quanto tempo é necessário?

sábado, 15 de setembro de 2007

Faça sua Inscrição.




Participação Internacional:

Douglas Turkington(Inglaterra)
Nicholas Tarrier(Inglaterra)
Neal Stolar(EUA)
Yulia Landa(EUA)

Diferenças entre Cognitivo Comportamental e Comportamental Cognitiva.


A Terapia Cognitiva vem ganhando crescente visibilidade e relevância no Brasil, em virtude de algumas de suas características centrais, como modelo integrado, fundamentação cientifica, integração entre teoria e prática e entre pesquisa e clínica, curto prazo, eficácia, aplicabilidade a uma ampla gama de transtornos, características que, entre outras, tem-lhe assegurado o respeito de cientistas, clínicos e pacientes ao redor do mundo. Uma abordagem pragmática, a TC tem-se mostrado extremamente bem situada internacionalmente dentre os inúmeros modelos de psicoterapia propostos no último século.No Brasil, desde meados da década de 1990, observamos uma situação bastante semelhante, com uma proliferação de clínicas e institutos conduzindo pesquisas, oferecendo atendimento clínico e cursos nessa abordagem. Contudo, o caráter recente da terapia cognitiva entre nós tem igualmente lhe valido alguns equívocos e distorções, que certamente serão corrigidas, à medida que um número crescente de profissionais obtenha treinamento adequado, através de instrutores preparados, e em instituições autorizadas.Terapia Cognitiva e Terapia ComportamentalNo Brasil, a TC tem sido freqüentemente, e equivocadamente, identificada com a Terapia Comportamental, originando a idéia de que terapeutas treinados na abordagem comportamental estariam naturalmente habilitados a praticar a TC. As abordagens cognitiva e comportamental têm diferentes concepções de ser humano e modelos de personalidade e de psicopatologia incompatíveis. A TC tem um modelo teórico e aplicado específico, cujo emprego integral possibilita a tão divulgada brevidade e eficácia que lhe são amplamente atribuídas.A mudança para a TC por comportamentais demanda, portanto, uma adaptação da visão de ser humano e a adoção dos modelos cognitivos de personalidade e psicopatologia, com a devida integração a estes de técnicas comportamentais que, nesse caso, são empregadas com a finalidade de mudar cognições, e não comportamentos. Essa modalidade integrada, denominada Terapia Cognitivo-Comportamental ou TCC, semelhantemente à TC, adota a hipótese de primazia das cognições sobre emoções e comportamentos e conceitua as cognições como eventos mentais.Ao contrário, a integração de elementos da TC à terapia comportamental, isto é, a utilização de técnicas cognitivas dentro de um enquadre comportamental, sem a adoção do modelo cognitivo e da hipótese de primazia das cognições, não é viável. O não reconhecimento dessas diferenças e da limitação de possibilidades que delas resulta, origina interpretações distorcidas do que é TCC, que têm contribuído para confundir profissionais, estudantes e pacientes. As denominações TC, TCC e terapia comportamental têm sido impropriadamente empregadas por alguns setores e grupos como se fossem equivalentes e intercambiáveis.Uma das conseqüências desses equívocos é que, em anos recentes, o treinamento de profissionais em TC no Brasil tem sido prejudicado, com programas que anunciam oferecer treinamento em TC enfatizando diferentes vertentes.A despeito dessas dificuldades, o futuro da TC no Brasil mostra-se promissor. A tendência é uma crescente atenção à devida qualificação de profissionais instrutores e clínicos, que se anunciam como terapeutas cognitivos, a fim de que a excelente reputação da abordagem possa ser assegurada e que os relatos de consistência, eficácia e brevidade, atribuídos à TC e reconhecidos mundialmente, possam se confirmar também no Brasil.Nesse contexto, especialmente em vista das especificidades e dificuldades apontadas, destaca-se a importância da realização, pelo ITC-Instituto de Terapia Cognitiva, de eventos reunindo líderes internacionais nas áreas clínica e científica, que mobilizam profissionais brasileiros interessados na exposição ao modelo cognitivo em suas várias áreas de aplicação.Em particular, a aplicação da TC à esquizofrenia tem sido amplamente enfatizada, tanto no âmbito da clínica como das pesquisas, em programas ambiciosos e com resultados extremamente encorajadores, em que a associação da TC à farmacoterapia demonstra-se superior às estratégias terapêuticas tradicionais com relação ao gerenciamento dos sintomas centrais e periféricos, promovendo ainda melhor aderência à medicação e maior tolerância aos seus colaterais.Esses programas serão apresentados durante o I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva com inigualável competência, através de seus mais reconhecidos experts, pioneiros nessa área de atuação e autores das mais expressivas publicações no gênero.


Dra. Ana Maria Serra


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Reestruturação Cognitiva e Esquizofrenia.


O princípio básico da TC, que reflete uma postura construtivista, propõe que nossas respostas emocionais e comportamentais, bem como nossa motivação, não são influenciadas por eventos, mas sim pela forma como os processamos – por nossas representações, interpretações e atribuições de significados. Estas se refletem no conteúdo de vários fluxos paralelos de processamento cognitivo em nível pré-consciente – os pensamentos automáticos.O real é percebido sensorialmente e os elementos de percepção sensorial são organizados em estruturas cognitivas denominadas esquemas e suas crenças correspondentes. O resultado desse processamento esquemático reflete as representações do real pelo sujeito, e não o real propriamente. Essas representações, segundo a hipótese de primazia das cognições sobre emoções e comportamentos, atuam como variável mediacional entre o real e as nossas respostas emocionais e comportamentais. Daí decorre que, para modificar emoções e comportamentos, intervimos sobre a forma do indivíduo processar informações, ou seja, sobre suas cognições, esquemas e crenças. O objetivo último da TC é, portanto, promover a reestruturação cognitiva, a substituição do sistema de esquemas disfuncionais por um sistema funcional, que levará o paciente, no futuro, a processar informações de novas formas.Na esquizofrenia, a combinação da re-estruturação cognitiva à atuação dos psicofármacos, promove a reabilitação social do paciente esquizofrênico.


Dra. Ana Maria Serra


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Personalidade (segundo a TC) e esquizofrenia.


O modelo cognitivo de personalidade propõe que, através de sua história, e com base em experiências relevantes desde a infância, desenvolvemos um sistema de esquemas, registrados no inconsciente, também chamado de memória implícita. Esquemas, nesse sentido, podem ser definidos como super-estruturas cognitivas, que refletem regularidades do real conforme percebidas pelo sujeito, e organizam elementos da percepção sensorial, ao mesmo tempo em que são atualizados por eles, em uma relação circular. Os esquemas ainda dirigem o foco de nossa atenção. Incorporadas aos esquemas, desenvolvemos crenças básicas e pressuposições intermediárias específicas para diferentes classes de eventos, as quais são ativadas em vista de eventos críticos elicitadores. A ativação dessas crenças reflete-se, no pré-consciente, nos conteúdos dos pensamentos automáticos, que, por sua vez, influenciam a qualidade e intensidade da emoção e a forma do comportamento.Daí decorre que a teoria cognitiva básica reflete um paradigma de processamento de informação, baseado em esquemas, como um modelo de funcionamento humano. O sistema envolve estruturas, processos e produtos, envolvidos na representação e transformação de significado, com base em dados sensoriais derivados do ambiente interno e externo. As estruturas e processos atuam a fim de selecionar, transformar, classificar, armazenar, evocar e regenerar informação, segundo uma forma que faça sentido para o indivíduo em sua adaptação e funcionamento. Central, portanto, para o modelo cognitivo é a capacidade para atribuição de significado.O modelo cognitivo de psicopatologia, semelhantemente, propõe que, durante o desenvolvimento e em vista de regularidades do real interno e externo, indivíduos podem gradualmente perder sua flexibilidade cognitiva, que lhes permite continuamente assimilar novas regularidades e atualizar seus esquemas. Enrijecendo-se, os esquemas tornam-se disfuncionais, predispondo o indivíduo a distorções cognitivas e à resistência ao reconhecimento de formas alternativas de processamento, as quais, em conjunto com fatores biológicos, motivacionais e sociais, originariam os transtornos emocionais. A hipótese da vulnerabilidade cognitiva, fundamental nesse modelo, propõe que portadores de transtornos emocionais apresentam uma tendência aumentada a distorcer eventos, no momento de processá-los; e, uma vez feita uma atribuição, resistem ao reconhecimento de interpretações alternativas.Na esquizofrenia, com base no modelo psiquiátrico de diátese e estressores ambientais, o modelo cognitivo propõe que a vulnerabilidade ou predisposição geneticamente determinada à esquizofrenia é materializada através da interação com estressores ambientais e experiências subjetivas, que resultam em um sistema de esquemas cognitivos e crenças disfuncionais que predispõem o indivíduo ao desenvolvimento e manutenção de um quadro esquizofrênico. O tratamento cognitivo, em paralelo ao tratamento farmacológico, resultaria na reabilitação do portador de esquizofrenia.
Dra. Ana Maria Serra
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