TCC 2015

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

APRENDA A SER OTIMISTA


Olhar para as contrariedades sob uma luz menos ameaçadora, como se fôssem desafios momentâneos a serem superados. Refazer-se rápidamente de um revés e recuperar a energia em pouco tempo. Assim são as pessoas otimistas. Click e saiba mais.
Programa Rádio Mulher de 28 de dezembro de 2005

Consultor Arnaldo Vicente, Psicólogo Especialista em Terapia Cognitiva.

1 – É possível aprender a ser otimista?

Sim, até mesmo a pessoa mais pessimista pode aprender a ser otimista.

A primeira condição para que isto ocorra é que ela faça esta escolha.

A segunda é que ela viva num ambiente de pessoas otimistas.

2- É possível ser otimista só pelo fato de conviver com pessoas otimistas?

Sim, nós não aprendemos apenas voluntariamente. Todos temos a capacidade de aprender por escolha, mas quando convivemos em um determinado ambiente por muito tempo nos adaptamos as regras daquele contexto ou saímos dele.

Ficar naquele ambiente nos faz assimilar, aprender espontaneamente a ser de um jeito diferente.

É importante cuidar (avaliar) de nossa forma de ver o que está diante de nós, mas não cuidamos (avaliamos) o tempo todo. As vezes relaxamos, mas nossa mente continua ativa, continuamos a aprender, são nestes momentos que os novos conteúdos percebidos vão formar novas idéias ao se juntarem ao conteúdos mais antigos, dando origem a novas idéias.

(Você pode avaliar muito o seu namorado no início, mas depois relaxa e mesmo assim continua a conhecê-lo.).

Ou seja, temos a capacidade de aprender quando estamos atentos, ou não.

3- E como uma pessoa faz para aprender a ser otimista?

Seria bom que ela conseguisse primeiro entender, descobrir se ela é mesmo pessimista ou tem um pouco de otimismo e ainda não se deu conta.

4- E como ele descobre se é pessimista ou otimista?

Prestando atenção nas explicações que ela dá para si ou para as outras pessoas sobre as situações boas e ruins que ocorrem em sua vida.

Todas as pessoas avaliam e dão explicações sobre os fatos que vivencia, ou seja, todas tem um estilo explicativo. O estilo explicativo pode ser otimista ou pessimista.

5- Como a pessoa otimista explica os momentos ruins de sua vida?

Elas dizem que são passageiros, que logo vai passar. Elas tem uma esperança verdadeira que voltarão a ter momentos bons em suas vidas.

Elas enxergam que não é a sua vida como um todo que não está bem, mas sim, uma parte específica, mesmo que seja a mais importante, uma parte apenas, não está bem por enquanto e continuam a reconhecer o que está indo bem.

Sabem que não terão que começar do zero de novo. E saber disto é muito confortante.

Elas sabem que outros fatores, além dela mesma, podem ter contribuído para as coisas ainda não terem ficado bem.

Assumem a responsabilidade na proporção correta e não ficam se martirizando ou se autodepreciando. Continuam amigas de si mesma.

Elas sabem que a sua própria vida é o seu maior tesouro. Elas sabem que podem determinar muitas coisas em suas vidas, mas não todas, e isto lhes dão serenidade.

6- Como a pessoa otimista explica os momentos bons de sua vida?

Elas aumentam sua esperança e agem de forma a contribuir para que o bem estar dure o maior tempo possível.

Elas aprendem com as situações boas e usam este aprendizado para serem felizes em outras situações.

Elas sabem o que fizerem de bom para que as coisas dessem certas e isto eleva sua auto-estima e auto confiança, sem jamais esquecerem de todos os outros fatores ou pessoas que a ajudaram.

Vivem em harmonia consigo e com o outro.

7- Então se nas situações ruins as pessoas verem e o fato como passageiros, específicos e na responsabilidade certa elas se tornarão otimistas?

Sim, com certeza. Podemos dizer que desenvolveram o estilo explicativo otimista.

8- E se nas situações boas verem os fatos como duradouros, lembrando de outras situações boas e reconhecendo seus acertos elas serão otimistas?

Sim, com certeza. Estarão sendo beneficiadas pelo estilo explicativo otimista.

9- A vida dessas pessoas mudarão?

Sim, e muito. Estarão mais felizes, estarão com mais saúde, estarão com mais amigos, estarão mais eficientes nos estudos e trabalho e estarão gostando mais de si mesmas.

Também estarão vacinadas contra a depressão e o suicídio.

10- Como se desenvolvem os estilos explicativos?

Foram comprovados três tipos de influência sobre o estilo explicativo nas crianças.
Primeiro, a forma das análises causais de todos os dias que ele ouve de sua mãe (ou da pessoa que é sua guardiã). Se a mãe é otimista a criança também será.

Segundo, a forma das críticas que ela recebe quando falha (em casa, na escola, na rua, etc): se elas forem permanentes e abrangentes, a opinião que fará de si mesma tenderá para o pessimismo.

Terceiro, a realidade de suas perdas e de seus traumas infantis: se forem superados, ele desenvolverá a teoria de que os infortúnios podem ser modificados e conquistados. Mas se forem, na verdade, permanentes e abrangentes, as sementes do desamparo terão sido profundamente plantadas.

11- Quem são mais otimistas as crianças, os adolescentes ou os adultos?

As crianças, pois embora sempre achem que as situações que ocorrem sejam por sua causa, elas sempre as explicam como passageiros e específicas.

12- É possível aprender e depois ensinar outras pessoas a serem otimistas, formando uma grande corrente otimista?

Sim. As pessoas que aprendem tem clareza dos métodos que a ajudaram a aprender e isto facilita para ensinar ao outro. Quanto mais ensinarem, mais ajudarão a mudar a realidade que aí está.

13- Na terapia cognitiva as pessoas aprendem a serem otimistas?

Sim, e isto facilita e contribui para que a terapia não seja longa e que os primeiros resultados sejam percebidos logo no início do processo.

14- E quem não faz a terapia como pode aprender?

Já estão aprendendo neste momento, mas não basta a inspiração é preciso transpirar, treinar, praticar.

15- E podem praticar sozinhas?

Sim, sozinhas, em grupo, em família, basta que tenham isto como meta!

Independente de cor, religião, idade, sexo, dinheiro, saúde, local...

16- Nós poderíamos formar um grupo para aprender a ser otimistas?

Sim, e eu teria muito prazer em formar e orientar um grupo de ouvintes, para tentarmos formar uma grande corrente de pessoas otimistas.

Não seria um grupo de terapia, mas um Grupo de Treinamento Orientado para o Otimismo.

Pessoas que realmente sejam pessimistas e que por conta do pessimismo têm problemas para alcançar seus desejos, seus, objetivos, enfim as suas metas.

Pessoas que escolham aprender a serem otimistas podem ligar e formaremos o grupo do programa.

17- Existem algumas características pessoais que possam ajudar os nossos ouvintes a ter uma idéia se são pessimistas ou otimistas?

Pessoas com muita ansiedade, com depressão, com muitas dificuldades em se relacionar por timidez, que fazem muitas críticas consigo e com os outros, que vivem com dores sem motivos aparentes, que vivem brigando ou sendo ríspidos, (grosseiros) com os outros.

18- Existem algumas perguntas que possam ajudar os nossos ouvintes a ter uma idéia se são pessimistas ou otimistas?

Sim, no livro citado abaixo.

19- Quais as principais dicas para aprender a ser otimista?

- As situações ruins são passageiras, específicas e sua responsabilidade é parcial.

- Ouça cuidadosamente suas explicações. Elas são pessimistas quando:

-Afirmam que as situações ruins são para sempre;

-Afirmam que se uma situação está ruim então todas estão.

-Afirmam que está ruim e a culpa é sua.

-Conteste-a vigorosamente.

- Use provas alternativas, implicações e os critérios de utilidades

para se auto contestar.

- Faça com que isso se torne um novo hábito para superar as explicações

pessimistas automáticas que você costumava elaborar o tempo todo.

- Desafie sua idéia, não desafie as pessoas e os fatos.

- Controle sua idéia, não tente controlar as pessoas e os fatos.

- Mude sua idéia. Não tente mudar as pessoas ou os fatos.

Cont

-Quanto mais uma idéia alterar suas emoções, mais duvide dela.

-Ocupe-se de sua vida, não fique apenas preocupado com ela.

-Lembre-se sempre do sábio paradigma de Beck:

"Uma situação não determina como nos sentimos,

mas sim o modo com a construímos"

Saiba mais lendo: Aprenda a ser otimista de Martin Seligman, PHD.

Editora: Nova Era - Record

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