TCC 2015

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

PESSOAS ENLATADAS



Algumas pessoas parecem que estão em conservas, o tempo passa e elas não mudam, continuam conservadas com suas idéias e jeito de ser.
Os conservantes facilitam a vida das pessoas, principalmente no setor de alimentação. Você vai ao comércio e se depara com uma grande variedade de alimentos em conserva; o objetivo é fazer com que o alimento se mantenha saudável. Algumas pessoas parecem que estão em conservas, o tempo passa e elas não mudam, continuam conservadas com suas idéias e jeito de ser.

1- As pessoas tentam se manter conservadas em quais aspectos?

Na maioria das vezes tentam se manterem conservadas em tudo.
Na idade, na aparência, no emprego, na família e, principalmente em seu jeito de pensar e de ser.

2- É ruim manter-se conservada?

Sim. À medida que a pessoa tem como meta se conservar ela investe em comportamentos que a mantenha do mesmo jeito, no mesmo local, o tempo todo.
Uma pessoa resiste em terminar um relacionamento que lhe faz mal.
Uma pessoa resiste em sair de um curso que já descobriu que não tem interesse.
Uma pessoa resiste em aceitar ser promovida de cargo no trabalho por medo de mudar.
Uma pessoa resiste em não reconhecer que seu filho já sabe fazer escolhas.
Uma pessoa resiste em abusar de bebida alcoólica mesmo ficando mal.

3- Pessoas que desejam manterem-se conservadas têm medo de mudanças?

Sim, qualquer mudança é vista como uma ameaça da qual ela se esquiva. Elas têm muitos pensamentos de ameaça.

4- São esses pensamentos de ameaça que geram a ansiedade?

Sim, pensamentos de ameaça sempre geram ansiedade. Podemos afirmar que essas pessoas têm pensamentos rígidos ou uma rigidez mental.

5- Então os pensamentos rígidos são os conservantes que mantém essas pessoas do mesmo jeito, como se estivessem enlatadas?

Isso mesmo, com uma grande diferença: os alimentos precisam ser protegidos dos microorganismos ou ficarão estragados, mas as pessoas são diferentes dos alimentos.
As pessoas quando usam os pensamentos rígidos para se manterem do mesmo jeito elas ficam muito mais ameaçadas.

6- Como assim, quanto mais elas se protegem mais ficam ameaçadas?

Ficar com alguém com quem freqüentemente tem problemas não garante a sua felicidade.
Fazer uma faculdade sem interesse não garante que a pessoa venha a ser um bom profissional.
Não aceitar uma promoção não garante o seu emprego.
Não aceitar as escolhas do filho não garante que ele seguirá as dos pais.
Continuar abusando de bebida alcoólica não lhe garante um bem estar.

7- Se quanto mais se protegem mais ficam piores porque insistem em não mudarem?

Por que no exato momento, em que ficam ansiosas, a única coisa que importa é acabar com o mal estar.

8- Mas elas não sabem que o mal estar vai voltar que o alívio é passageiro?

A maioria das pessoas sabe, mas elas acreditam que se o mal estar voltar poderão se defender do mesmo jeito.
Se a pessoa fica mal porque está com alguém com quem freqüentemente tem problemas ela lembra o quanto pode ser ruim ficar sozinha e volta para a pessoa.

Se a pessoa fica mal por fazer uma faculdade sem interesse ela lembra que ficar sem o curso pode ser pior e não muda.

Se a pessoa fica mal por não aceitar uma promoção ela lembra que pode errar na nova função e não muda.

Se a pessoa fica mal porque o filho tem suas próprias escolhas ela lembra que ele não sabe tudo da vida e continuará a ser superprotetora..

Se a pessoa fica mal porque está sem beber ela lembra que o mal estar passou quando ela bebeu e, então, bebe de novo.

É assim que nasce a rigidez, o vício, a compulsão.

9- Essas pessoas nunca mudam?

Mudam quando acreditam que manter a rigidez vai lhes acarretar um grande ameaça.

Ou seja: mudam de roupas, de sapatos, etc, mas não mudam os seus pensamentos. Continuam rígidas quanto a pensarem que continuam ameaçadas.

E não mudam porque no íntimo acreditam que estão certas.

10- Qual a saída para elas?

Perceberem que fazem previsões de ameaça o tempo todo e começarem a conferir se essas previsões de fato ocorrem.

Trocarem idéias sobre suas preocupações com pessoas em quem confiam e pedir que lhes ajudem a conferir se os seus pensamentos estão bem fundamentados na realidade.

Outra opção, procurar ajuda profissional.
"Uma situação não determina como nos sentimos, mas sim a maneira como a construímos"
Aaron T. Beck
Programa Rádio Mulher de 05 de julho de 2006.

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