TCC 2015

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

O ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO.



Nossos pensamentos registram os eventos avaliando-os de acordo com nossas crenças. Quando avaliamos um evento como muito ameaçador ele pode continuar a nos perturbar mesmo depois que...
Nossos pensamentos registram os eventos avaliando-os de acordo com nossas crenças. Quando avaliamos um evento como muito ameaçador ele pode continuar a nos perturbar mesmo depois que já passou. Nestes momentos podemos dizer que estamos sentindo os efeitos do transtorno de estresse pós traumático.
1- O que é o estresse pós-traumático?
O transtorno de estresse pós-traumático é uma perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao próprio indivíduo ou sendo este apenas testemunha da tragédia.
O transtorno consiste num tipo de recordação que é melhor definido como revivescência pois é muito mais forte que uma simples recordação.
Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente.
2- O Transtorno é a repetição da lembrança desse sofrimento?
O transtorno então é a recorrência do sofrimento original de um trauma, que além do próprio sofrimento é desencadeante também de alterações neurofisiológicas e mentais.
3- O que deve ser considerado para este diagnóstico?
O primeiro aspecto a ser definido é a existência de um evento traumatizante.
4- Que tipo de sofrimento marcante pode gerar o Transtorno?
Aquele suficientemente marcante, que não há dúvidas quanto a ser ameaçador à vida ou à integridade individual, como os seqüestros, assaltos violentos, estupros.
5- O transtorno pode ocorrer em eventos que poderiam não ser considerado grave?
Sim, por exemplo, num acidente de carro sem vítimas pode causar o transtorno para algumas pessoas, mas não para todas.
6- Então o importante é que o evento marcante tenha de fato ocorrido?
Com certeza, um evento marcante, fora da rotina, que de alguma forma represente uma ameaça, tem que ter acontecido: sem isso não será possível fazer o diagnóstico, pois a definição dele envolve o evento externo.
7- Tudo que a pessoa sente na hora que lembra está diretamente ligado ao que aconteceu?
Sim, os sintomas têm que estar diretamente relacionados ao evento estressante, as imagens, as recordações e as revivescência têm que ser a respeito do ocorrido e não sobre outros fatos quaisquer, ainda que ameaçadores.
8- Então já sabemos que para o diagnóstico é essencial que a pessoa tenha experimentado ou testemunhado um evento traumatizante ou gravemente ameaçador. Mais algum ponto a ser destacado?
Sim, é necessário também que a pessoa tenha apresentado uma resposta marcante de medo, desesperança ou horror imediatamente após o evento traumático.
Depois disso o indivíduo deve passar a ter recordações vivas, intrusivas (involuntárias e abruptas) do evento, incluindo a recordação do que pensou, sentiu ou percebeu enquanto vivia o evento traumático.
9- O que mais acontece além das recordações?
Podem ocorrer pesadelos baseados no tema. Sentir como se o evento fosse acontecer de novo, chegando a comportar-se como se estivesse de fato vivendo de novo o evento traumático. Nesses eventos é possível que o paciente tenha flashbacks ou alucinações com as imagens do evento traumático.
10- O indivíduo passa a evitar situações iguais a que passou?
Sim, ele passa a evitar as situações que lembram o evento. Ter de expor-se novamente ao local pode ser insuportável para o indivíduo. Com isso a pessoa passa a evitar os assuntos que lembrem o evento, como: as conversas, pessoas, objetos e sensações, tudo que se relacione ao trauma.
11- Ele tenta evitar tudo que o remeta ao evento?
Sim, e as vezes a recordação dos aspectos essenciais do trauma pode também ser apagada da memória.
12- Depois de algum tempo como a pessoa reage?
A pessoa pode afastar-se do convívio social e outras atividades mesmo que não relacionadas ao evento.
Pode passar a sentir-se diferente das outras pessoas. Pode passar a ter dificuldade de sentir determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos.
Pode passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita, passando a viver como se fosse morrer dentro de poucos anos, sem que exista nenhum motivo para isso.
Outros sintomas podem ser também insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, respostas exageradas a estímulos normais ou banais.
13- O diagnóstico é feito na logo em seguida ao evento ocorrer?
Não. Para se fazer o diagnóstico é preciso que esses sintomas estejam presentes por no mínimo um mês. Caso o tempo seja inferior a isso não significa que a pessoa não teve nada, só não se pode dar esse diagnóstico.
Certos sintomas não compõem o diagnóstico, mas podem ser encontrados nos paciente com estresse pós-traumático como dor de cabeça, problemas gastrintestinais, problemas imunológicos, tonteiras, dores no peito, desconfortos.
14- É um transtorno difícil de ocorrer?
Não. O transtorno de estresse pós-traumático é provavelmente um transtorno muito comum, porém pouco conhecido, como nas décadas passadas foram desconhecidos porém freqüentes os transtornos de pânico, fobia social, obsessivo compulsivo.
15- Ele é um transtorno onde a pessoa sente muito medo, fica muito ansiosa?
Sim. Na verdade, ele também é um transtorno de ansiedade, a diferença é por ser causado a partir de um fator externo.
16- Porque ele ocorre?
A mente do homem é capaz de lidar com situações estressantes sem que isso deixe cicatrizes, da mesma forma que os vasos sanguíneos são capazes de suportar elevações da pressão arterial durante o exercício físico normalmente.
Há, contudo limites a partir dos quais o funcionamento mental fica perturbado. Provavelmente isso ocorre quando os mecanismos de enfrentamento e suporte contra estresse são fracos ou quando os estímulos são fortes demais.
17- Dá para saber quando vai surgir o transtorno?
Não dá para saber, o fato de uma pessoa ter passado por um trauma não significa necessariamente que ela terá estresse pós-traumático.
Observa-se que num mesmo evento, algumas pessoas podem apresentar esse transtorno e outras não. Essas variações nos levam a julgar que existem também predisposições pessoais a este problema, o que de fato tem sido constatado, principalmente nos estilos cognitivos.
Pessoas com outros problemas de ansiedade prévios apresentam maior susceptibilidade a desenvolverem o estresse pós-traumático.
18- Quem está no Grupo de Risco do TEPT?
Qualquer pessoa pode desenvolver estresse pós-traumático, desde uma criança até um ancião. Os sintomas não surgem necessariamente logo após o evento, podem levar meses. O intervalo mais comum entre evento traumatizante e o início dos sintomas são três meses. Muitas pessoas se recuperam dos sintomas em seis meses aproximadamente, outras podem ficar com os sintomas durante anos.
19- Que tratamentos a pessoa deve procurar?
Os tratamentos preconizados são os medicamentosos e psicológicos.
Fonte de base:http://www.psicosite.com.br/tra/ans/estrespos.htm
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 02 Liv 05 Liv 14 Psychiatry Res. 1998; 81: 179-193
Epidemiological and Phenomenological Aspects of Post-Traumatic Stress Disorder
Michael Maes

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